Título: AMERICAN BORN CHINESE (First
Second Books) - Edição especial

Autor: Gene Luen Yang (texto e arte).

Preço: US$ 17,95

Número de páginas: 240

Data de lançamento: Setembro de 2006

Sinopse: Jim Yang é um adolescente que nasceu nos Estados Unidos, mas descende de chineses.

Aos poucos, o jovem descobre que há uma barreira étnica entre os americanos e ele. E derrubá-la pode ser mais complicado do que parece.

Positivo/Negativo: A capa de American Born Chinese já diz tudo: no alto, há dois adesivos circulares, colados posteriormente. Um é dourado. Avisa que o álbum ganhou o prêmio Michael l. Printz de excelência em literatura para jovens adultos da American Library Association - um troféu importante, relativamente conservador e, até então, inédito para os quadrinhos. O selo abaixo é prateado: uma condecoração por ser finalista do National Book Award.

Depois que recebeu as distinções, American Born Chinese se tornou a HQ norte-americana mais comentada dos últimos tempos. E isso até mesmo por conta da grande polêmica de um gibi ter vencido um prêmio na seara da literatura, supostamente uma área mais séria. Com a vitória, o interesse do público também cresceu: no Brasil, a Companhia das Letras prepara uma edição nacional.

Mas é fato que American Born Chinese é uma grande história em quadrinhos, genuinamente memorável. Não que se perceba isso de cara: no começo, Yang conta três histórias separadas.

A primeira é do Rei Macaco, uma deidade chinesa (que, por sinal, lembra a série Buda, de Osamu Tezuka). Em seguida, engata com a de Jim Yang, jovem protagonista do álbum, e seu desafio de ser aceito socialmente num ambiente escolar preconceituoso. E a terceira mostra uma sitcom humorística sobre Daniel e seu primo chinês caricato, Chin-Kee.

As três são corretas, empolgantes e emocionantes, cada uma no seu gênero. Sua arte é bacana e contemporânea - lembra o estilo das animações do Cartoon Network. Mas é na correlação entre as narrativas que Yang consegue transformar três belíssimas HQs em uma história genial.

American Born Chinese é, sim, uma denúncia sobre o preconceito étnico que as escolas norte-americanas destilam contra imigrantes. Mas também mostra o outro lado da história: a incapacidade de os jovens se aceitarem como são.