ANGRY # 1
Título: ANGRY # 1 (Conrad
Editora) - Série em seis volumes
Autores: Yoo Kyung Won (roteiro) e Kim Jae Yeon (desenhos).
Preço: R$ 9,90
Número de páginas: 192
Data de lançamento: Junho de 2006
Sinopse: Suk Dong Min é um garoto brigão que vivia no orfanato Casa de São Pedro. Após vencer todo o time de judô do Colégio Jinsan, incluindo Cho Ha Seo, a garota que nunca havia sido derrubada, sua vida toma um novo rumo.
Por decisão do Padre Baul e da mãe de Ha Seo, Suk volta a freqüentar a escola e passa a morar na casa da garota, sem que os dois saibam de início. Por outro lado, ela se lembra da promessa que fez a si mesma, que se casaria com o primeiro homem que a vencesse no judô, para o temor de Lee Yun Ki, seu amigo de infância que volta a praticar o esporte para não perdê-la para ninguém.
Assim, está formado o triângulo amoroso e muitos acontecimentos ainda estão por vir.
Positivo/Negativo: Angry é mais um manhwa (quadrinho coreano) trazido ao Brasil pela Conrad. Apesar de não ser nenhuma obra-prima, cativa pela simplicidade.
Trata-se de uma mistura eficiente de ação esportiva com típicos problemas de relacionamentos juvenis, tão comuns especialmente nos mangás. E por se assemelhar bastante a um roteiro de quadrinho japonês, pode agradar.
Suk Dong Min é o tradicional anti-herói, cujo comportamento agressivo e rebelde tem íntima ligação com seu passado, no qual ele presenciou o suicídio do irmão. O rapaz passa a usar o judô como válvula de escape para seus problemas.
O que torna a situação um pouco clichê é que todos os adultos envolvidos com o garoto parecem saber tudo a seu respeito, mas só revelam em meias palavras para manter o clima misterioso. Mas isso não impede que o leitor deduza que Suk se tornará uma fera do esporte e que seu pai é uma figura importante, chamada até o momento apenas de "ele".
Cho Ha Seo também sofreu uma grande perda no passado e, por um motivo ainda desconhecido, fez a promessa de casamento relacionada ao judô. É uma adolescente à espera de que algo aconteça para mudar o "tabu" de seu comportamento. E Suk acontece logo no início da história. E os dois descobrirão que têm muito mais em comum do que o esporte.
O que diferencia o roteiro de uma simples história esportiva é a inclusão de Lee Yun Ki, outrora campeão de judô, mas agora mais interessado em ganhar outro tipo de prêmio: o coração de Cho. Um confronto entre Suk e Lee além dos tatames é previsível e esperado.
Lee faz o papel do inseguro, mesmo parecendo o contrário, que usará o esporte como meio de mostrar seus verdadeiros sentimentos. O fato de não ter sido ele a ter "derrubado" Cho Ha Seo foi o estopim para seu ingresso na trama.
O traço difere um pouco do mangá, mas os recursos para as cenas de comédia são praticamente idênticos. A consolidação do triângulo amoroso e a inserção de novos fatores de relacionamento contribuem até para atrair a um outro tipo de público.
A qualidade do papel não é boa, o que contradiz o preço da capa. Outros títulos com valor semelhante, ou até inferior, têm uma qualidade bem melhor. As páginas não estão numeradas. Mas o ponto que mais chama atenção é a falta de referência ao judô. Nomes de golpes como uchi-mata e soto-gari são ditos e o leitor que imagine o que eles podem fazer - não há sequer uma legenda.
Apesar de a temática do manhwa ser o judô, seus praticantes estão longe de serem o público-alvo. Outra curiosidade que não é informada: o judô coreano, ao contrário do tradicional japonês, incorpora uma certa fúria em sua realização. Isso pode ter ligação com o nome da revista e com a agressividade natural do protagonista.
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