Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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ANINHA BONITA E GOSTOSA - VOLUME 1

1 dezembro 2004


Autores: Harvey Kurtzman (texto) e Will Elder (arte).

Preço: R$ 19,95

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Junho de 2004

Sinopse: Este é o primeiro de uma série de quatro álbuns que a
Abril publicará com as histórias da estonteante Aninha (Little
Annie Fanny
no original), personagem que foi publicada na Playboy
norte-americana de 1962 a 1988, sempre em histórias de três a sete páginas.

A edição reúne as primeiras 22 aventuras, publicadas de 1962 a 1965.

Positivo/Negativo: Embalada pelo êxito da coleção O
Melhor da Disney - As Obras Completas de Carl Barks
, a Abril
resolveu lançar outra série de álbuns com um alvo determinado: os colecionadores.

Aninha Bonita e Gostosa era o típico material que os leitores mais
"veteranos" jamais imaginaram ver lançado no Brasil. Afinal, a personagem
teve apenas uma curta passagem pela Playboy brasileira, em 1980.

A protagonista, que nasceu como uma sátira erótica a Little Orphan
Annie
(no Brasil, Aninha, a pequena órfã), é a típica "mulher
ideal": loira, ingênua, olhos azuis, lábios carnudos, seios pra lá de
fartos (numa época em que nem se sonhava com silicone), curvilínea e bumbum
arrebitado. Ou seja, um sonho em forma de gente.

E no belo traço de Will Elder isso é ainda mais evidenciado, uma divertida
e insinuante mistura de humor e erotismo. Mas vale ressaltar as colaborações
de feras como Frank Frazetta, Al Jaffee, Jack Davis, Russ Heath e outros.

No entanto, vale um aviso: as piadas e as situações mostradas nas histórias
são absolutamente datadas e voltadas para a realidade dos Estados Unidos.
Se o leitor não tiver um conhecimento prévio da década de 1960, com certeza,
achará pouquíssima graça nas piadas de Harvey Kurtzman, sempre em páginas
repletas de texto, bem ao seu estilo (pra quem sabe, ele foi o criador
da revista Mad).

Na época, Kurtzman e Elder enchiam as HQs de referências de texto e visuais.
Para compreendê-las foram vitais as anotações no final da edição sobre
os famosos satirizados e as circunstâncias em que cada história foi escrita.
Mas se essas informações servem para colocar o leitor no clima da época,
elas não são suficientes para arrancar algumas risadas do leitor.

Nas páginas iniciais de Aninha Bonita e Gostosa há ainda um texto
sobre a origem da personagem e as curiosidades sobre os bastidores de
sua criação.

A edição em si está excelente. Papel de qualidade, bem impressa, uma charmosa
numeração de páginas (com a silhueta de Aninha) e as já mencionadas matérias.
Apenas uma observação: as imagens no texto poderiam ter sido ligadas aos
nomes com linhas (um recurso bastante usado atualmente em diagramação),
para facilitar a vida do leitor que não conhece todos os rostos.

E a fidelidade da Abril na tradução serviu para mostrar, mais uma
vez, o completo desconhecimento dos artistas ianques sobre quaisquer lugares
além de suas fronteiras. Na HQ que começa na página 57, Os Jet-Sets
vão para a América do Sul
(o título só aparece no texto no final da
edição), os personagens chegam à "América do Sul", a "terra do Chachachá",
um lugar onde as pessoas usam sombreros e manifestantes colavam
cartazes de apoio a Fidel Castro nas paredes! Seria melhor adaptar o texto,
para não soar tão ridículo.

Estão previstos outros três volumes de Aninha Bonita e Gostosa,
um ainda para o segundo semestre e os demais para 2005. E conforme as
próximas histórias forem se aproximando do final da década de 1980, é
possível que o humor seja mais palatável para os leitores não tão "veteranos".

Classificação:

4,0

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