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ANO UM: BATMAN/ RA'S AL GHUL # 2

1 dezembro 2006


Título: ANO UM: BATMAN/ RA'S AL GHUL # 2 (Panini
Comics
) - Minissérie mensal em duas partes
Autores: Devin Grayson (texto), Paul Gulacy (desenhos) e Jimmy Palmiotti (arte-final).

Preço: R$ 5,90

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Outubro de 2006

Sinopse: O fechamento de todos os Poços de Lázaro por Batman - que causou a morte de Ra's Al Ghul - causa um desequilíbrio ecológico inesperado: os mortos revivem e os vivos não morrem mais. E o Homem-Morcego precisa solucionar o desafio que está na carta-testamento deixada pelo vilão antes que o mundo inteiro entre em colapso.

Positivo/Negativo: Ainda que a morte não seja irreversível nos quadrinhos norte-americanos, Ra's Al Ghul foi uma grande perda para o rol de vilões de Batman. Apesar de situado do lado de lá da linha que separa bem e mal no esquema maniqueísta da moral dos super-heróis, o mafioso ocupava um espaço muito particular. Era um arquiinimigo de intenções nobres: queria preservar a Terra dos maus tratos da humanidade mesmo que, para isso, tivesse que extinguir a civilização.

A seu favor, a sabedoria acumulada ao longo de séculos por conta dos poderes restauradores dos Poços de Lázaro, capazes de rejuvenescer e retonificar corpos destruídos e, portanto, emular a eternidade.

Al Ghul nublava todos os estudos, equipamentos e treinos de Batman - e via no herói apenas um jovem promissor, capaz de sucedê-lo, mas ainda muito imaturo. Para um Bruce Wayne que perdeu os pais tão cedo, o vilão tinha uma força paterna surpreendente, que por várias vezes desarmou e desconsertou o bilionário.

Na série, Grayson parte de uma carta-testamento que é uma grande homenagem a Ra's Al Ghul. O texto consegue captar as sutilezas morais que separam herói e vilão - relativizando os papéis de cada um. Batman fechou os Poços de Lázaro para eliminar seu algoz, mas, ingenuamente, não pensou nas conseqüências de mexer com forças ancestrais da Terra.

De certa forma, é muita inocência acreditar que lidar com uma fonte de energia ancestral tão poderosa encravada na Terra não causasse nenhuma conseqüência. E os danos são culpa de Batman, o imaturo, que errou e precisa corrigir o problema - por sinal, previsto na carta póstuma do sábio inimigo.

A DC, que por muitos anos fez minisséries caça-níqueis, está em uma fase que começa a rever sua estratégia - mesmo errando vez ou outra. Mas esta é um acerto, não só no roteiro simples e profundamente inteligente, mas também na bela arte de Gulacy e Palmiotti.

 

Classificação:

4,0

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