Antes de Watchmen – Volume 6 – Ozymandias
Editora: Panini Comics – Maxissérie mensal
Autores: Ozymandias – Len Wein (roteiro), Jae Lee (desenhos) e June Chung (cores) – Originalmente em Before Watchmen – Ozymandias #1 a #4;
A condenação do Corsário Carmesim – John Higgins (roteiro e desenhos) – Originalmente em Before Watchmen – Comedian # 4, Moloch # 1 e Ozymandias # 4.
Preço: R$ 16,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Outubro de 2013
Sinopse
Ozymandias – Adrian Veidt tem um sonho de um planeta melhor e mais justo, onde nenhum ser humano tenha de conhecer a miséria, a escravidão e a guerra. Ele está disposto a sacrificar sua própria humanidade por isso.
Amplas eram suas asas de dragão – Parte dois – Mesmo aprisionado por uma tribo que faz sacrifícios humanos, o oficial júnior da marinha real inglesa continua sua missão maldita de obter três itens em troca da liberdade de sua alma, detida pelo Corsário Carmesim.
Positivo/Negativo
O passado de Adrian Veidt/Ozymandias é descortinado nesta edição. Mas vale a pena escavar mais sobre um dos personagens menos carismáticos da famosa obra de Alan Moore e Dave Gibbons?
Len Wein, editor original de Watchmen e escritor do começo da história de terror do final de cada volume deste projeto, A condenação do Corsário Carmesim, não chega a deixar de lado a pomposa verborragia vinda da escola dos anos 1970 e 80 que entopem recordatórios, mas sua narrativa é mais fluída aqui.
A preocupação é abrir mais os horizontes oferecidos por Moore sobre as origens do Ozymandias. No entanto, o exercício “criativo” de Wen não acrescenta em praticamente nada ao personagem.
Um exemplo é sobre a posição sexual do “homem mais inteligente do mundo”. Em determinado momento, bem velado, na viagem de autodescobrimento do protagonista, um “conhecido” no Tibete oferece haxixe a Veidt.
Isso mostra um conservadorismo do roteirista, visto que sua descrição é feita nos próprios pensamentos do personagem. Por que Ozymandias iria ter autocensura na sua biografia, se é tão esclarecido assim? Apenas uma saída de Wen para não cair em polêmicas sobre homossexualidade.
Outra incongruência diz respeito à apropriação da tecnologia oriunda dos poderes do Dr. Manhattan, sugerindo que Adrian Veidt desenvolveu naves mais leves e carros elétricos sem o consentimento do onipresente herói, apesar de eles trabalharem juntos.
No mais, sem ousar, Wen preenche os detalhes da obra original, mostrando a construção da fortaleza na Antártica, a reunião desastrosa dos vigilantes, a compra da ilha e a contratação dos profissionais para a feitura do projeto que salvará o mundo, a descoberta do plano pelo Comediante, entre outros tópicos “durante” Watchmen.
Apesar da belíssima arte do sempre competente Jae Lee (junto com uma diagramação arrojada), os desenhos dificultam o desenrolar da narrativa, por ser tudo muito “posado”, incluindo ações simples como uma luta. Tal excesso faz com que cada quadro seja mais uma ilustração individual do que a dinâmica de uma história em quadrinhos.
Pior é a saga de A condenação do Corsário Carmesim, na qual John Higgins continua o falatório. Mesmo com bons desenhos, é o “tapa-buraco” do projeto.
Classificação