AQUABLUE # 1
Título: AQUABLUE # 1 (Ediouro)
- Série mensal
Autores: Thierry Cailleteau (roteiro), Olivier Vatine (desenhos)
e Christophe Araldi (cores)
Preço: R$ 5,90
Número de Páginas: 48
Data de lançamento: Maio de 2005
Sinopse: A nave espacial terráquea A Estrela Branca, após ser atingida
por um asteróide, está sendo evacuada. Para a família de um recém-nascido,
porém, não há salvação: apenas o menino sobrevive, após ser salvo por
um robô-babá.
Os dois navegam em sua célula de sobrevivência, até que, anos depois,
quando o bebê já se tornara um menino, eles encontram um planeta em que
podem pousar e começar uma nova vida. Infelizmente, sua nave é inutilizada
na reentrada.
Abordados por um grupo de habitantes do planeta, o robô Cybot e o garoto
apenas não são hostilizados graças à aparição de um estranho ser marinho,
semelhante a uma baleia.
Para os nativos, aquele é um deus chamado Uruk-Uru e o surgimento dele
para o infante significa que o humano foi escolhido para ser o filho da
divindade fora d'água, sendo este rebatizado como Tumu-Nao.
Aceito como um igual, Nao cresce sem a presença de outros de sua espécie
e também sem Cybot, que foi seriamente avariado assim que os dois chegaram
à ilha. Contudo, prestes a atingir a maioridade, um contato com outro
ser de sua espécie, em expedição ao planeta, promete mudar sua vida e
as de todos os habitantes do planeta chamado Aquablue.
Positivo/Negativo: Lançada em maio de 1988, a série Aquablue
já possui dez edições e foi premiada com o Prix Alph'Art Jeunesse
no Festival Internacional de HQ de Angoulême, em 1989. É considerada
um êxito nos países francófonos, por seu apelo humanista e ecológico.
Publicada no Brasil com mais de 15 anos de atraso, a série pode parecer
inocente demais para quem a lê. É uma característica do quadrinho europeu
de aventura, notadamente nos anos 70 e 80. No entanto, isso não quer dizer
que a trama seja ruim. Aliás, a narrativa é envolvente e só melhora a
cada álbum.
Nesta primeira aventura (não fica claro, em momento algum, se Aquablue
é uma série, minissérie ou revista mensal), há muitas referências à literatura
de ficção científica, a seriados (como Jornada na Estrelas) e ao
próprio universo dos quadrinhos (a origem do herói Nao remete claramente
à do Superman).
Há muitos estereótipos utilizados, principalmente nos antagonistas. O
uso desses clichês não é exagerado, mas contribui para que não haja qualquer
surpresa em algumas passagens da história.
Vale destacar um ponto curioso da revista, que é a tradução de Léo Schlafman.
Ela é boa, mas a utilização de palavras pouco usuais (chalupa, féretro,
catres, melindrá-los) e de referências francesas fiéis ao original, mas
incompreensíveis à maioria por aqui (por exemplo, quando Dupré chama Cybot
por "Moulinex", que é uma marca de eletrodomésticos francesa - merecendo,
ao menos, uma nota de rodapé) tornam a leitura estranha, parecendo, por
vezes, que foi produzida versando o português lusitano. Nada, no entanto,
que comprometa.
O papel utilizado é um pouco menos nobre que o usual (na verdade, o mesmo
utilizado nas revistas Coquetel), mas a impressão e o trabalho
gráfico são excelentes. Tudo isso faz com que o preço realmente acessível
de R$ 5,90 permita ao público a real possibilidade de tomar contato com
esta importante obra dos quadrinhos franceses.
Uma excelente iniciativa, enfim, da Ediouro, retomando a publicação
de álbuns europeus em bancas no Brasil, algo que já estava esquecido há
muito tempo.
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