ARQUEIRO VERDE - ANO UM
Autores: Andy Diggle (roteiro) e Jock (desenhos).
Preço: R$ 15,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Janeiro de 2009
Sinopse: Oliver Queen é um playboy que não se importa com nada nem com ninguém - nem consigo próprio. Após ter sido enganado e ter milhões de dólares roubados por criminosos, ele é abandonado à deriva para morrer, mas escapa com vida e chega a uma ilha.
Tendo aprendido a sobreviver em terreno selvagem com apenas um arco e flechas improvisados, semanas depois Oliver se depara com os mesmos criminosos escravizando os moradores da ilha para produção de ópio.
A princípio por vingança e finalmente por um recém-descoberto senso de justiça, Oliver enfrenta a organização da implacável Chien Na-Wein e torna-se um verdadeiro herói.
Positivo/Negativo: A primeira coisa que se espera de uma história que reconta a origem de um super-herói é saber como ela modifica esse personagem, o que em geral se transforma em um motivo para a comparação entre as versões existentes. Afinal, algumas vezes, essas aventuras implicam em uma mudança na maneira como aquele combatente do crime será retratado dali em diante.
Contudo, ao ler esta obra de Andy Diggle e Jock, o que chama a atenção é que este é o tipo de história que tem feito falta todos os meses. As qualidades da trama e o prazer propiciado pela sua leitura superam qualquer questão a respeito de uma suposta reformulação da origem do Arqueiro Verde.
Esta poderia muito bem ser uma história do personagem em qualquer época, inclusive em sua atual revista. Por ser uma origem essencialmente simples, há espaço para elementos que tornam a trama instigante e envolvente, sendo inclusive um excelente atrativo para novos leitores.
Aliás, nesse aspecto, a obra vem em um momento oportuno, após o Arqueiro Verde ganhar destaque tanto no desenho Liga da Justiça Sem Limites quanto nas temporadas recentes do seriado Smallville.
A parceria entre roteirista e desenhista é muito bem-sucedida. Jock tem uma narrativa solta, feita de enquadramentos com ângulos inusitados e muitas vezes dispensa o contorno dos quadros, sobrepondo imagens. É um artista econômico, capaz de sugerir muita coisa com poucos traços, como demonstra a sequência de abertura.
Por sua vez, Diggle, o roteirista, usa as palavras do mesmo modo. Não exagera na quantidade de texto nos recordatórios que costumam tornar a leitura maçante. Mas nem por isso a narrativa se torna rasteira, pois ele sabe como criar boas cenas e extrair o melhor de cada personagem sem ser prolixo.
O roteirista ainda conseguiu evitar que sua atualização da história se tornasse datada em pouco tempo, deixando de mencionar qualquer tipo de objeto ou evento diretamente relacionado ao tempo atual, que em breve podem se tornar obsoletos.
É um detalhe pequeno, mas que resulta em erros bastante comuns nesse tipo de trama. Além do mais, uma história como esta tem muito mais força para agradar o leitor.
Dos personagens da DC Comics, talvez o Arqueiro Verde tenha sido o que passou por mudanças de forma mais sutil, sem zerar nada de sua continuidade. Comparado com outros, como o Gavião Negro, Oliver Queen é praticamente o mesmo desde que foi criado.
Por manter essa mesma postura ao conciliar elementos das diferentes fases, esta HQ tem tudo para agradar a qualquer fã do personagem, inclusive os de primeira viagem.
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