Confins do Universo 216 - Editoras brasileiras # 6: Que Figura!
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Arsenal # 1

7 fevereiro 2014

Arsenal # 1Editora: DC Comics – Minissérie em quatro edições

Autores: Devin Grayson (roteiro), Rick Mays (desenhos), Jason Martin e Karl Story (arte-final), Moose Baumann (cores) e Digital Chameleon (separações).

Preço: US$ 2,50

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Outubro de 1998

Sinopse

O início de uma nova etapa na vida de Roy Harper, mais conhecido como o Titã Arsenal. Ele está deixando para trás a equipe e não deseja nada além de cuidar de sua filha pequena.

Mas o destino logo trata de colocar Roy no caminho do perigoso vilão Vandal Savage, e ele precisa repensar sua existência para enfrentar um desafio inigualável.

Positivo/Negativo

Todos os heróis Turma Titã original receberam novos direcionamentos criativos que moldaram suas personalidades, com o passar do tempo. Dick Grayson teve sua carreira como Asa Noturna ligada à cidade de Blüdhaven, pelas mãos do roteirista Chuck Dixon. Wally West cumpriu com louvor o papel de Flash, saindo da sombra de seu predecessor Barry Allen. Garth renasceu na forma de Tempest, numa minissérie assinada por Phil Jimenez. A ex-Moça-Maravilha Donna Troy passou por tanta bagunça cronológica que é melhor deixar de lado, afirmando apenas que ela não foi esquecida no Universo DC.

No meio de tudo, como ficou o problemático Roy Harper, outrora o arqueiro Ricardito? Ele adotou a identidade de Arsenal e chegou a liderar os Novos Titãs, mas faltava ainda o fôlego renovado que receberam seus amigos.

E foi o que o personagem ganhou na minissérie produzida pela escritora Devin K. Grayson em parceria com o ilustrador Rick Mays, lançada em 1998 e que retomou toda a bagagem do herói para jogá-lo a uma nova direção.

Grayson é uma roteirista de talento que despontou no final da década de 1990, perita nos heróis de “20 e poucos anos” do panteão da DC, que logo ficou responsável por relançar a série dos Titãs para os novos tempos.

Antes, porém, ela centrou a atenção no antigo parceiro do Arqueiro Verde, e o resultado foi esta série em quatro edições que deixou o personagem mais humano, tridimensional e interessante do que jamais foi.

A autora fez seu dever de casa e tratou de incorporar todo o passado de problemas e triunfos de Roy Harper, não esquecendo seu vício em heroína durante a adolescência. Essa trama, criada décadas atrás por Dennis O’Neil, abalou as estruturas dos quadrinhos de super-heróis, na sequência de histórias com foco em problemas sociais de Lanterna Verde/Arqueiro Verde, e marcou para sempre o jovem Titã.

Mas o enredo que Devin Grayson e Rick Mays desenvolvem vai muito além, explorando também a criação de Roy pela tribo navajo, sua parceria com Oliver Queen (que na época ainda estava morto) e a filha pequena Lian.

Canário Negro e o novo Arqueiro Connor Hawke também marcam presença, mas a grande novidade foi mesmo a ligação do herói ruivo com o vilão imortal Vandal Savage, já bem conhecido por dar trabalho à Sociedade e à Liga da Justiça.

A roteirista estabeleceu que eles eram parentes distantes, e então Roy precisou questionar valores pessoais e seu papel de pai, numa aventura dinâmica e cheia de surpresas. O mérito da autora é trabalhar Arsenal como um cara cheio de personalidade, extrapolando o estereótipo de ex-parceiro juvenil com problemas de autoestima.

Na arte, Rick Mays faz um dos melhores trabalhos de sua carreira, dando nova vida ao protagonista. Suas composições primam por uma narrativa visual que foge do óbvio e não deixa de surpreender, valorizando o texto de Grayson e ganhando mais com os diálogos afiados da autora.

É assim que jovens super-heróis devem parecer. Arsenal integrou a encarnação dos Titãs relançada por Devin Grayson e Phil Jimenez, na minissérie JLA/Titans e na série mensal que teve 50 edições.

Depois, participou dos Renegados e da Liga da Justiça, para sofrer com a morte da filha e novos tormentos pelas mãos de autores menos cotados. Hoje, no contexto dos Novos 52, ele está no elenco da série Capuz Vermelho e os Foragidos.

Roy Harper pode ser considerado uma estrela menos reconhecida entre os ícones da DC Comics, precisando apenas de um talento extra para alcançar seu potencial. E esta foi a contribuição única de Grayson e Mays.

Classificação

4,0

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