ART OUT OF TIME - UNKNOWN COMICS VISIONARIES, 1900-1969
Título: ART OUT OF TIME - UNKNOWN COMICS VISIONARIES, 1900-1969
(Abrams)
- Edição especial
Autor: Dan Nadel (organização), com HQs de Stanley Armstrong, Dick
Briefer, George Carlson, Herbert Crowley, Harry Grant Dart, Gene Deith,
Raymond Crawford Ever, Charles Forbell, Milt Gross, A.E. Hayward, Fletcher
Hanks, Rory Hayes, Harry Hershfield, Norman E. Jennet, Cecil Jensen, C.W.
Kahles, Stan Mac Govern, Jefferson Machamer, Jack Mendelsohn, Howard Nostrand,
Carles M. Payne, Bob Powell, T.E. Powers, Garrett Price, Walter Quermann,
Boddy Rogers, Harry J. Tuthill, Gustave Verbeek e Ogden Whitney.
Preço: US$ 40,00
Número de páginas: 320
Data de lançamento: Junho de 2006
Sinopse:
Antologia do trabalho de grandes e desconhecidos mestres das histórias
em quadrinhos norte-americanas, reunindo material publicado entre o começo
do século passado e a chegada das HQs alternativas.
Positivo/Negativo: Art Out of Time é um dos mais importantes
e impressionantes livros sobre quadrinhos publicados nos Estados Unidos
nos últimos anos.
De cara, o volume impressiona: é um livrão em capa dura, sobrecapa, 320
páginas em papel couché, com acabamento de primeira grandeza. Dentro,
há 29 quadrinhistas - todos pouco ou nada conhecidos.
Dan Nadel, seu organizador, parte de uma premissa interessante: quadrinhos
autorais começaram a ser valorizados conscientemente só a partir da explosão
dos independentes, no final dos anos 60. Antes disso, só o sucesso de
vendas contava como critério de qualidade.
Portanto, entre a explosão das HQs na primeira década do século passado
e a chegada dos comix, devia haver muito material de primeira linha
fora do cânone.
Vasculhando a própria coleção, pedindo ajuda para amigos, revirando enciclopédias
e arquivos de jornal, Nadel encontrou trabalhos tão memoráveis quanto
esquecidos.
Acabou classificando-os em cinco capítulos:
Exercises of Exploration compila histórias sobre mundos fantásticos;
Slapstick traz HQs de humor ácido;
Acts of Drawing reúne artistas com estilos únicos e surpreendentes;
Words in Pictures é dedicado a roteiristas notáveis;
Form and Style finaliza o livro com experiências formais.
Mais do que organizar uma antologia de bons trabalhos, o pesquisador encontrou
matéria-prima para reescrever a história das HQs norte-americanas, inserindo
novos mestres no Hall da Fama.
The Explorigators, de Harry Grant Dart, por exemplo, leva o leitor
a um mundo de fantasia muito parecido com o de um clássico cultuadíssimo,
Little Nemo in Slumberland, de Winsor McCay.
Herbie Popnecker (1964), de Ogden Whitney, é um Jack B. Quick,
de Alan Moore, feito 30 anos antes. É, por sinal, uma das melhores HQs
do álbum.
O trabalho de Walter Quermann não deve nada para o de Tony Millionaire.
Fletcher Hanks lembra o de Melinda Gebbie. E, quem diria, Jack Mendelsohn
usa um traço muito parecido com o que consagrou o brasileiro Ota na versão
nacional da revista Mad.
Há alguns trabalhos realmente surpreendentes: as duas histórias de Rory
Hayes, por exemplo, seriam consideradas de vanguarda ainda hoje.
Mais do que um livro fundamental, Art Out of Time é um trabalho
de documentação memorável que abre espaço para novas abordagens críticas
em relação às HQs norte-americanas. Mesmo por lá, com muito mais pesquisadores,
museus e livros teóricos, a história dos quadrinhos ainda está por ser
escrita.
Classificação: