AS AVENTURAS DE CHICO # 1
Autores: Moreno Burattini (textos) e Francesco Gamba (desenhos).
Preço: R$ 12,90
Número de páginas: 256
Data de lançamento: Junho de 2004
Sinopse: Chico conquistador - Enquanto se faz passar pela irmã do Coronel Clark, para capturar quem a está ameaçando por meio de carta anônimas, Chico conta a Zagor a história de um de seus antepassados que estava ao lado de Hernán Cortês, na ocasião da descoberta do México e da destruição do Império Asteca.
Chico troglodita - Ao visitar a tribo dos Tutelos (homens das cavernas que já apareceram antes numa aventura de Zagor), Chico narra as desventuras de seu antepassado que supostamente viveu na Idade da Pedra, e teria sido o primeiro inventor da História.
Positivo/Negativo: Chico é um caso raro entre os sidekicks (parceiros dos heróis) das histórias em quadrinhos. Fora dos padrões estéticos tradicionais (o mexicano é gorducho, feio e mal vestido) e nada afeito a atos heróicos (salvo raríssimas exceções), mesmo assim exerce um papel de destaque tão grande nas aventuras de Zagor, que hoje não é demais afirmar que é quase um protagonista. Mais que isso, foi o primeiro desses personagens a estrelar revista própria na Sergio Bonelli Editore.
Algumas de suas aventuras foram publicadas no Brasil pela Record, nos anos 90. Alternando edições boas e ruins, o título não vingou por aqui.
Agora pela Mythos, numa aposta cuja continuidade dependerá do sucesso de vendas da primeira edição, essa alternância de qualidade das histórias também é notória.
A primeira aventura, Chico Conquistador, é até digerível. É possível rir de algumas das trapalhadas que o antepassado do mexicano apronta. A trama é bem bolada e corre paralela a outra que acontece na época de Chico.
As "aulas de História", comuns nas HQs da Bonelli, são um atrativo à parte, e fazem o leitor se interessar pelo desenrolar dos fatos, mesmo sabendo que as intervenções do gorducho comilão interferem de forma abrupta na realidade histórica.
Mas ainda assim não deixa de ser estranho ver Zagor como coadjuvante e participando de histórias de humor nonsense que fogem muito das aventuras que sempre protagonizou.
A coisa piora quando chega a segunda aventura. Chico troglodita é uma daquelas tosqueiras difíceis de engolir. É preciso muita boa vontade para achar graça num macaco com a cara do Pequeno Homem do Grande Ventre, dentre outras esquisitices.
Tudo bem que a proposta de As aventuras de Chico é de um humor descompromissado. Mas soam por demais inadequadas as situações pra lá de absurdas, que não combinam com um personagem que, originalmente, participa de histórias mais, digamos, adultas.
Nem mesmo nas aventuras de Zagor o mexicano é tão ridículo. Há situações que cairiam melhor em histórias do Zé Colméia ou do Pato Donald, para citar alguns nomes de quadrinhos genuinamente infantis. Basta atentar para passagens como a da última página desta edição.
Por esses salgados R$ 12,90, os leitores de longa data ficariam mais felizes em ver Chico bem alocado nos tão acalentados Almanaque Zagor, Zagor Anual ou Zagor Coleção. E então, Mythos?
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