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AS AVENTURAS DE DIANA # 1

1 dezembro 2004


Autores: A ameaça do Doutor Cyber - Denny O'Neil (história), Mike Sekowsky (desenhos), Dick Giordano (arte final);

A origem de Miss América - Charles Moulton (história) e Harry G. Peter (desenhos).

Preço: Cr$ 1,00 (preço da época)

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Outubro de 1972

Sinopse: Esta série veio para mostrar que a Mulher-Maravilha tem espírito de super-heroína. As aventuras eram muito ao estilo 007 e focalizavam uma Diana Prince diferente da personagem da Era de Prata. Ela demonstrava personalidade, e deixava claro que competência e perseverança nada têm a ver com questões de gênero ou superpoderes.

Como parte de uma operação secreta, o Coronel Steve Trevor iria se passar por espião traidor. Ninguém, nem mesmo sua esposa Diana (então Miss América), poderia saber a verdade. Era assunto secreto altamente sigiloso.

Para subsidiar o engodo, Trevor ataca um superior em comando e foge, passando a ser perseguido pelas autoridades militares.

Ao mesmo tempo, as amazonas da Ilha Paraíso decidem descansar e renovar suas forças em outra dimensão, e a princesa opta por ficar e ajudar seu marido. Mas, para isso, precisa abdicar dos poderes, equipamentos e uniforme de Miss América.

Agora uma mulher comum, e com problemas práticos de alimentação e moradia, Diana compra uma loja para abrir um pequeno negócio. Nesse ponto da história, conhece I Ching, um oriental cego, mestre em artes marciais, que passa a ser seu instrutor.

Durante uma sessão de treinos, Steve Trevor aparece baleado. Sua missão tinha sido um fracasso. O misterioso Dr. Cyber, verdadeiro vilão da história, descobrira o engodo. Diana resolve, então, com a ajuda de I Ching, encontrar o facínora, desmantelar sua organização e punir o homem que atirara em seu marido.

Ao final, o Dr. Cyber sofre um revés, mas consegue fugir. Diana, mesmo sem os poderes semidivinos, continuará sua missão, utilizando apenas a inteligência e as artes marciais, mas seu esposo jaz moribundo, em coma, talvez permanente, num leito de hospital.

Este era o mote da série. Diana viajaria o mundo, perseguindo o vilão e, muitas vezes, enfrentando outros bandidos e situações complicadas.

Na revista há ainda a versão clássica da origem da "Miss América"... aquela que começa com a queda do avião, na Ilha Paraíso. Uma amazona deverá escoltar o "Capitão Esteven Trevor" de volta ao seu pais, e ajudá-lo a lutar contra as forças do ódio e da repressão.

Uma competição determinará a mais apta amazona, aquela que será a representante da Ilha Paraíso na luta pela liberdade. Ao final, Diana, filha da rainha Hipólita, e que por ter sido proibida de concorrer competira mascarada, é declarada vencedora.

Positivo/Negativo: A Mulher-Maravilha é um dos três pilares do Universo DC, junto com Batman e Super-Homem. Nenhuma outra heroína tem o mesmo status da personagem. Seu aparecimento é, no mínimo, insólito. E a versão mais divulgada conta que ela foi criada em 1941, pelo psicólogo William Moulton Marston.

Professor na universidade de Colômbia, famoso por seus estudos em psicologia do comportamento, psicodinâmica, sexualidade e, sobretudo, pela invenção do polígrafo (detector de mentiras), o Dr. Marston era um fervoroso crítico das histórias em quadrinhos. Suas considerações ganharam a atenção do público e abalaram as vendas das revistas, mas numa atitude inteligente o editor Max C. Gaines o convidou para ser consultor, avaliando e sugerindo melhorias nas publicações.

Não demorou muito e o Dr. Marston, utilizando o pseudônimo Charles Moulton, aplicou seus conhecimentos em psicologia para criar aquela que seria a maior representante do gênero feminino nos comics: a Mulher-Maravilha, um símbolo da força do "sexo frágil".

Segundo o autor, a essência da personagem explorava um ângulo psicológico do mundo dos poderosos uniformizados, o machismo. Assim, ele criou uma heroína com as qualidades ausentes nos heróis, e que são tão essenciais para o desenvolvimento das crianças quanto o ar que respiram.

Mais tarde, a Mulher-Maravilha teria no laço mágico que obriga o prisioneiro a dizer a verdade uma de suas principais ferramentas, numa clara alusão ao polígrafo.

A primeira série continuou sem grandes mudanças nos Estados Unidos até 1968, quando a baixas vendas passaram a ameaçar a circulação da revista. Era preciso fazer algo, talvez uma reformulação na personagem. Aproveitando a febre dos filmes de espião e super agentes, enfiaram Diana Prince num modelito ao melhor estilo Bond Girl, e a colocaram combatendo o crime. Uma heroína sem poderes, mas muito bem preparada.

Destaque positivo para a bela capa de Dick Giordano. A Ebal, como era comum, não usou a arte da edição original (Wonder Woman # 179), optando por outra da mesma série (WW # 197).

Apesar das tramas mirabolantes e cheias de ação, esse foi um período (WW # 179 a 204) lamentável. No Brasil, a fase foi publicada inicialmente nesta série - As Aventuras de Diana # 1 a 15 e, depois, em As Aventuras de Diana em Cores # 1 a 5.

Ao contrário do fraco argumento, a arte era muito boa. Em preto-e-branco, o desenho de Sekowsky foi valorizado, mostrando sua habilidade na utilização de luz. Seu desenho realista combinava com o mote da série, além de usar uma incrível variedade de decupagem de página, guiando o olhar do leitor. O artista utilizava ainda o próprio requadro (formato da moldura do quadrinho) ou a ausência deste, como recurso de narrativa.

Destaque para a página na qual a Miss América entrega seu uniforme e apetrechos. Não há um único quadrinho regular, os mais "convencionais", em formato trapezoidal, mostram em closes as lágrimas de Diana e, em plano panorâmico, a partida da Ilha Paraíso.

Os demais exibem a resignação e a humildade de Diana ao abdicar os poderes, suas lágrimas e a melancolia ao deixar a Ilha. Unindo tudo e ultrapassando os limites do requadro, seu uniforme ligava as imagens.

Classificação:

4,0

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