As grandes aventuras do Mickey, com páginas compostas em sua maioria por HQs escritas por Carl Fallberg e todas desenhadas por Paul Murry, é na verdade uma homenagem à dupla de artistas que transformou definitivamente o camundongo da Disney em detetive.

Algumas das melhores aventuras criadas por eles estão nesta coletânea que, embora com a capa cartonada e o miolo em papel especial diferenciando-a de uma publicação comum, merecia ter sido lançada em formato americano, como a Abril tem feito nos últimos anos com obras de artistas destacados do universo da turma de Patópolis.

São HQs curtas ou longas (como a que inicia a edição, Mickey na Legião Estrangeira, em três capítulos), às vezes abrindo mão do humor para apresentar tramas de mistério e ação com as habilidades dedutivas do astuto rato.

Vilões clássicos como João Bafo-de-Onça, Escovinha, Prof. Gavião, Kid Monius e Ted Tampinha também dão as caras nesta seleção de histórias originalmente produzidas entre 1953 e 1984.

Na lista estão Muitos, muitos monstros e A casa dos sonhos, que permaneciam inéditas no Brasil e, apesar de desenhadas por Murry em 1984 - ano da aposentadoria do artista -, foram publicadas pela primeira vez somente em 2004, na Europa.

Outros destaques são Em busca do selo da fortuna, No tempo das diligências, O estranho feitiço da marcha à ré e O segredo dos antigos Incas.

Apenas Piratas modernos e Troca de cestos não têm a participação do Pateta, companheiro de todas as horas nas aventuras do Mickey.

Pateta deve a Paul Murry sua já tradicional pose (ver imagem ao lado) imortalizada pelo artista e que desde então tem caracterizado o personagem no traço de qualquer desenhista.

O mesmo vale para o Mickey com a mão no queixo e a expressão de quem está intrigado com algum mistério.

Na segunda capa deste especial, um pequeno editorial narra um pouco da biografia de Murry e de sua vitoriosa trajetória nos quadrinhos da Disney.

Mas para entender a razão de ele ser celebrado como um dos maiores artistas disneyanos de todos os tempos, basta passar os olhos pelas mais de 190 páginas da edição e observar os desenhos de qualidade ímpar daquele que ficou conhecido como o "Homem do Rato".