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AS INCRÍVEIS AVENTURAS DO ESCAPISTA

1 dezembro 2010

AS INCRÍVEIS AVENTURAS DO ESCAPISTA

Editora: Devir Livraria

Autores: A passagem da chave - Michael Chabon (roteiro), Eric Wright (arte) e Michelle Madsen (cores);

Os libertadores - Howard Chaykin (roteiro e arte) e Michelle Madsen (cores);

Golpe baixo - Kevin McCarthy (roteiro), Steve Lieber (arte) e Jeff Parker (cores);

A dama ou o tigre - Glen David Gold (roteiro), Gene Colan (arte) e Paul Hornschemeier (cores);

O menino que queria ser o Escapista - Kevin McCarthy (roteiro) e Scott Morse (arte);

Reinar no inferno - Brian K. Vaughn (roteiro), Roger Petersen (arte) e Paul Hornschemeier (cores);

Escape do hospital - Harvey Pekar (roteiro), Dean Haspiel (arte) e Dan Jackson (cores);

A última cortina - Jason Hall (roteiro e ensaio), Eric Wright (arte) e Paul Hornschemeier (cores);

O escape de outro homem - Chris Offutt (roteiro), Thomas Yeates (arte) e Dave Stewart (cores);

O Escapista e o Spirit - Will Eisner (roteiro e arte).

Preço: R$ 44,50

Número de páginas: 192

Data de lançamento: Abril de 2010

 

Sinopse

Inspirada no livro As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay, a edição compila a iniciativa da Dark Horse Comics de homenagear o Escapista por meio de diversos autores e artistas.

Positivo/Negativo

Mais de cem anos após sua criação, afirmar que as histórias em quadrinhos coexistem no imaginário popular é desnecessário, pois há inúmeras referências aos seus personagens e mitologias na cultura pop mundial.

Mas alguns casos ficam tendem a ficar mais no imaginário do que outros, como o Escapista, personagem fictício de quadrinhos criado a partir da prosa de Michael Chabon em seu fantástico livro As Incríveis Aventuras de Kavalier & Clay. O romance conta a história Joe Kavalier e Sam Klayman, que resolvem apostar seus esforços na arte sequencial nos anos 1930, após o estrondoso sucesso do Superman.

A referência ao Homem de Aço não é por acaso, pois Chabon romantizou a história de Joe Shuster e Jerry Siegel, os criadores do super-herói. Mesmo sendo uma obra fictícia, o livro resgata o doloroso processo que muitos escritores e desenhistas enfrentaram na época, ao se aventurarem pela indústria da nona arte, sendo explorados financeiramente por seus editores.

Devido ao grande sucesso da obra entre as pessoas que leem e fazem HQs - além de ter sido laureada com o prêmio Pulitzer na categoria Romance, em 2001 - a Dark Horse percebeu a oportunidade de criar, de vez, os tão sonhados quadrinhos do personagem do livro.

Para isso, chamou diversos artistas para compor este As Incríveis Aventuras do Escapista, com nomes como Brian K. Vaughn, Harvey Pekar, Steve Lieber, Howard Chaykin e Will Eisner.

O encadernado, como qualquer outra coletânea de histórias curtas, tem altos e baixos. A passagem da chave faz uma boa introdução ao universo do personagem, no qual conhecemos a trupe da Liga da Chave Dourada, que irá ajudar o mais novo detentor do uniforme azul escuro, Tom Mayflower. Não fosse a arte de Eric Wright, com seu tracejado duro, que abusa nos perfis de rostos, esta HQ seria ainda melhor.

Em algumas aventuras do álbum, a arte sustenta a trama. É o caso de Gene Colan em A dama ou o tigre. Em outras, roteiro e desenho surpreendem, como O menino que queria ser o Escapista, na qual um garoto vê numa chave encontrada na rua um símbolo para ser corajoso o suficiente e, literalmente, escapar de seu pai abusivo. O traço e as cores de Scott Morse deixam a história ainda mais singela.

No entanto, muitas não surpreendem, como Os libertadores e Golpe baixo, enfadonhas e pouco criativas, no texto e na arte.

Há narrativas para todos os gostos. Inclusive a especialíssima O Escapista e o Spirit, já visada por ser a última história feita por Will Eisner. De forma simples, direta e curta (seis páginas), o velho mestre prestigia o mundo de Chabon trazendo o Escapista para se aventurar ao lado de Spirit.

Inicialmente relutante em fazer esta história, Eisner foi internado num hospital um dia após entregá-la, e de lá não retornou.

A edição da Devir sai por um preço mediano, devido à sua dimensão (16,5 cm x 24 cm) e papel (offset). Os textos explicativos presentes no começo, meio e fim da obra estão impecáveis.

Há ainda extras como biografias de todos os envolvidos neste volume e as capas de cada história. O texto opinativo do editor Leandro Luigi Del Manto pode incomodar quem já conhece o livro de Michael Chabon, mas deve ter efeito oposto para quem não o leu.

Já que a editora não seguiu a ordem do material como foi publicado nos Estados Unidos e mesclou as histórias publicadas nos álbuns originais (veja resenhas aqui e aqui), nem numerou este como sendo o primeiro de três volumes, resta saber se terminará a série, sem deixar na mão quem já comprou este encadernado.

Classificação:

4,0

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