AS PRIMEIRAS HISTÓRIAS DO SUPERMAN
Título: AS PRIMEIRAS HISTÓRIAS DO SUPERMAN (L±)
- Edição especial
Autores: Jerry Siegel (roteiro) e Joe Shuster (desenhos) e outros.
Preço: variável, dependendo do sebo
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Inverno de 1987
Sinopse: Este álbum traz algumas histórias dos primeiros tempos do herói, além de um interessante texto do responsável pela coletânea Edward Nelson Bridwell, escritor, roteirista e um dos maiores especialistas em quadrinhos norte-americanos.
Positivo/Negativo: A edição brasileira é uma versão bastante incompleta de Superman - from the Thirties to the Eighties, lançado em 1983, nos Estados Unidos, com mais de 350 páginas, que trazia um seleção de HQs do Superman, década a década.
O álbum da L± restringe-se a poucas histórias, entre as quais a de estréia do herói, na verdade, dois episódios que compõem a primeira aventura, que haviam saído nas edições 1 e 2 da revista Action Comics, em 1938 e, um ano depois em Superman # 1.
Uma curiosidade a respeito dessa última história é que a versão incluída no álbum foi a que saiu na íntegra, em Superman. Em sua primeira aparição, na Action Comics, as primeiras quatro páginas tinham sido suprimidas e o começo era meio sem sentido, com o herói carregando nos braços uma vilã amordaçada, aparentemente, sem razão alguma.
Originalmente, a aventura fora criada pelo roteirista Jerry Siegel e o desenhista Joe Shuster como tiras para jornal e remontada e adaptada para publicação em revista. As primeiras histórias de Superman não tinham título, mas em Superman - from the Thirties to the Eighties, essa pioneira foi batizada de Revolução em San Monte.
O roteiro é fraco, principalmente com relação à lógica do tempo em que as cenas transcorrem, mas talvez seja esse seu atrativo, pois é uma ação atrás da outra.
A arte também não era das melhores, mas boa o suficiente para prender a leitura. O destaque maior era o próprio personagem, algo realmente inovador para a época.
Para Superman # 1 também foram produzidas duas páginas iniciais, que estão no álbum da L±, recontando a origem do personagem. Ela difere em alguns pontos apresentação do herói, publicada em Action Comics # 1, sendo o mais importante a explicação da decisão de Clark Kent se devotar ao combate ao crime diante do túmulo de seus pais adotivos. Um detalhe curioso: Martha Kent, a mãe terráquea dele é chamada de Mary.
A segunda (ou terceira) história do álbum da L± é de 1940, também da dupla Siegel e Shuster, e mostra Luthor, para variar, ameaçando a humanidade, dessa vez, com uma máquina que provoca terremotos.
Em suas primeiras aparições, Luthor, que não tinha pré-nome, exibia uma visível cabeleira, o que derruba a conhecida versão de que ele teria ficado careca ainda na adolescência, ao tentar ajudar Superboy a resistir à kryptonita, quando este, inadvertidamente, teria soprado vapores da substância e provocado a queda dos cabelos de Luthor. Esse fato seria o responsável por fazer dele o pior inimigo do Superman.
Talvez inspirado por Lee Falk, que contou como o seu personagem Fantasma, em sua identidade civil de Kit Walker, havia conhecido sua futura esposa Diana Palmer quando ainda eram crianças, os autores de Superboy inventaram o que foi o primeiro encontro entre Lois Lane e Clark Kent, durante sua adolescência.
Antecipando a guerra dos sexos que ambos travariam anos depois, o casal disputa o mérito de produzir as melhores matérias como estagiários do jornal Planeta Diário. Essa aventura que encerra o álbum As Primeiras Histórias de Superman, tem roteiro de Bill Finger, o co-criador do Batman, e desenhos de George Roussos e foi publicada originalmente em 1948.
A propósito da calvície ou não de Lex Luthor, de Martha Kent se chamar Mary, da capacidade de Superman voar ou de apenas dar grandes saltos, o fato é que são muitas as incoerências que se notam no personagem, principalmente, a partir da leitura dessas aventuras mais antigas.
Parte delas é explicada pelo excelente texto de abertura do álbum, em que E. Nelson Bridwell enumera algumas características do herói, muitas criadas não pelos roteiristas dos quadrinhos, mas pelos autores das versões radiofônicas e cinematográficas e que acabaram sendo incorporadas às HQs.
Como documento e referencial do personagem este álbum é um item obrigatório, mas teria sido bem mais significativo se fosse a tradução da edição americana completa.
Classificação: