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Reviews

Asterix - O papiro de César

1 abril 2016

Asterix - O papiro de CésarEditora: Record – Edição especial

Autores: Jean-Yves Ferri (texto) e Didier Conrad (desenhos) – Originalmente em Le papyrus de César.

Preço: R$ 32,00

Número de páginas: 48

Data de lançamento: Outubro de 2015

Sinopse

César decide escrever suas memórias. E nelas, assume que nunca conquistou toda a Gália, pois há uma aldeia de gauleses irredutíveis que não se submetem a Roma.

Um conselheiro, porém, diz que César poderia omitir esta parte e ninguém ficaria sabendo...

Positivo/Negativo

Novamente, Ferri e Conrad encaram a árdua tarefa de contar uma história de Asterix sem a presença dos dois criadores dos personagens mais populares da França.

Diferentemente de Asterix entre os Pictos, primeiro trabalho dos artistas, neste álbum eles parecem mais soltos, menos atrelados a Goscinny e Uderzo e mais leves no contar da trama, que tem uma semelhança nem um pouco discreta com os escândalos de vazamento de informações de grandes políticos mundo afora. Não por acaso, o nome do escriba que rouba o texto que César deseja ocultar chama-se Wikilikis.

O texto cai nas mãos de um jornalista ao mesmo tempo ingênuo e ambicioso, que, adivinhe, vai parar na aldeia dos tais gauleses irredutíveis.

A partir dessa premissa, os autores traçam uma aventura com várias passagens e subtramas que atiçam o leitor – é difícil não ler num fôlego só. Além disso, o humor é constante e consegue um ótimo equilíbrio entre as piadas internas, oriundas das características de Asterix, Obelix e companhia, e externas, com Julian Assange e o escândalo do vazamento de informações confidenciais, além da brincadeira com a tecnologia.

Algumas das melhores passagens são quando o druida da aldeia vai procurar seu professor. Como esperado, Asterix, Obelix e Ideiafix vão junto, e as cenas são hilárias.

A pegadinha que Panoramix fez com seu mestre, os romanos sendo perseguidos por um unicórnio furioso e o druida gaulês tomando uma poção feita pelo seu professor são de arrancar gargalhadas, não apenas pela história, mas também pelo desenho, que por si só já faz rir.

Por falar nisso, os desenhos Didier Conrad estão cada vez melhores. Ainda que emulando o traço de Uderzo, eles parecem mais soltos e detalhados. Para perceber isto, basta atentar ao pequeno Ideiafix que, como na época áurea de Uderzo, tem um papel incidental muito interessante em praticamente todas as cenas nas quais seu dono aparece. Sua expressividade é divertidíssima, e o cão está sempre preocupado com os bichinhos ao seu redor, sendo praticamente uma expansão de Obelix.

Outra coisa que chama a atenção são as caracterizações faciais dos personagens. De Asterix ao mais figurante dos romanos, todos têm expressões muito bem construídas, o que ajuda a mostrar o estado de espírito de cada um, além de proporcionar boas risadas. Para isso, basta o leitor conferir os bigodes espetados de Panoramix depois de tomar a poção feita pelo seu professor, por exemplo.

Enfim, uma história de Asterix contemporânea, vibrante e com possibilidade de virar um clássico. Aparentemente, Ferri e Conrad estão cuidando muito bem das crianças de Goscinny e Uderzo.

Classificação

4,5

.

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