ASTRAL PROJECT – SOB A LUZ DA LUA # 4
Editora: Panini Comics - Revista bimestral
Autores: marginal (roteiro) e Syuji Takeya (arte).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 248
Data de lançamento: Julho de 2011
Sinopse
O que há por trás da operação norte-americana chamada Astral Project é revelado. Masahiko consegue se encontrar com sua irmã e descobre por que se projeta astralmente quando ouve o CD inédito de Albert Ayler. E sua relação com Zampano e Misa se resolve.
Positivo/Negativo
Chega ao fim a competente série Astral Project. E o material é coisa fina.
Todas as perguntas lançadas durante a série são respondidas. O roteiro de marginal se propõe a não deixar leitor algum se perguntando o que aconteceu na trama. O final propõe um novo começo, mas resolve todas as situações anteriores.
Os desenhos de Syuji Takeya, como aconteceu durante toda a série, alterna adequadamente entre o realista e um traço simples.
Ao final dos quatro volumes, cabem algumas reflexões sobre o mangá.
A primeira é seu tema central: a projeção astral. Aquilo que poderia descambar em uma rota doutrinária ou mística envereda pelos rumos ficcionais da teoria da conspiração e da pseudociência.
Diferentemente de um 7 vidas - outra narrativa sobre experiências fora do corpo -, esta série não busca uma situação testemunhal, nem de relato. O caminho é outro.
Aqui é ficção, com personagens criados pelos autores, porém, em cenários que alguns acreditam ser verdadeiro, embora falte comprovação factual disso. E nesse território é que as citadas pseudociência e teorias da conspiração dançam soltas nas páginas.
Olhando de longe, a série tem seu quê de Os invisíveis, do escritor escocês Grant Morrison, porém, com certo grau de ingenuidade. Existe uma única razão para a projeção astral que remete à CIA.
Entretanto, a justificativa dada pelo personagem Seboso, que faz o papel de mentor na jornada do herói Masahiko, que envolve um questionamento sobre o comportamento humano moderno, sobretudo o do povo japonês, é muito legal.
Não há lá grandes novidades ou ensinamentos profundos, e nem precisa haver, mas o fundamental é que tudo, quando colocado junto, funciona bem.
Outra relação possível é com o ótimo mangá Homunculus. O leitor que gosta de um possivelmente gostará do outro.
Resta ao final, além da satisfação de ter acompanhado uma boa série, a vontade de que mais materiais desse tipo aportem no Brasil. E um deles seria uma grande aposta: o mangá Old boy, que inspirou o excelente filme de mesmo nome de Chan-wook Park, é escrito pelo mesmo autor deste Astral Project. Mas lá ele não usa o pseudônimo marginal, mas sim o nome Garon Tsuchiya.
Que alguma editora brasileira se anime a fazê-lo, mas tem que ser como fez a Panini: publicar a série até o final.
Classificação: