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AUTHORITY - TERRA INFERNAL

1 dezembro 2007


Título: AUTHORITY - TERRA INFERNAL (Pixel
Media
) - Edição especial

Autores: Mark Millar (roteiro), Chris Weston, Frank Quitely e Gary Leach (arte).

Preço: R$ 9,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Maio de 2006

Sinopse: Em 21 dias, a Terra sofre mais tufões, furacões e terremotos inesperados do que nos dois anos anteriores. Aparentemente, a causa dos desastres não é natural. Cabe ao Authority investigar.

Positivo/Negativo: Authority - Terra Infernal é o primeiro trabalho da Pixel com um dos quadrinhos de super-heróis mais comentados desta década. A primeira impressão que fica é bacana: 96 páginas em formato americano, papel de qualidade e preço bem aquém do que o leitor estava acostumado a pagar pelo material da Wildstorm. A impressão é boa, dando vivacidade às cores.

Para começar, a Pixel faz uma recapitulação da série, um dossiê, repassando os três álbuns lançados pela Devir (Sem Perdão, Sob Nova Direção e o especial Jenny Sparks - A História Secreta do Authority). A história segue de onde a editora anterior parou.

Há um porém: a série começou a ser publicada pela Pandora Books, no começo da década. A Devir já pegou o título com um certo atraso. A edição da Pixel sofre um pouco com a herança.

Lá atrás, quando foi publicado pela Wildstorm, o título tinha cheiro de novidade. Eram histórias de super-heróis polêmicos, superviolentos, pragmáticos, capazes de matar sem dó para resolver seus problemas.

Passados sete anos, não só a Wildstorm foi incorporada à DC Comics, mas também o modelo de histórias acabou sendo copiado. A Marvel usou-o para recriar seus Vingadores no seu universo Ultimate (na versão brasileira da Panini, Marvel Millennium). Daí os Ultimates (aqui, Supremos).

Para isso, a "Casa das Idéias" chamou o próprio Mark Millar, junto com Bryan Hitch - ambos estrelas dessa fase da Wildstorm. Já a DC lançou uma versão de Authority na revista de Superman. Na época, era em tom de crítica, mas em seguida a editora vez uma equipe paralela à Liga da Justiça chamada Elite, baseada nos mesmos preceitos, mas com resultados visivelmente pífios.

Mesmo assim, a força criativa de Warren Ellis (nos álbuns da Devir) e Mark Millar (aqui) se impõe. Authority é uma metáfora sobre o fim do século passado e o começo deste. Baseia-se na nossa realidade e consegue, muitas vezes, ser profética.

Não por um acaso místico qualquer, mas porque eram séries profundamente baseadas em conceitos da época, que traduziam em metáforas de super-heróis os processos pelos quais o mundo estava passando.

O tema do terrorismo, na época apontado como uma tendência para o novo século, foi retratado na série. Deu no que deu - e a visão de uma onda derrubando o World Trade Center é emocionante e trava na garganta.

Não é por acaso que a Pixel escolheu Authority como um de seus primeiros títulos em banca - um formato mais popular que os álbuns de livraria. O capricho gráfico é justificado, até porque não encareceu demais o produto.

Tanto cuidado, porém, contrasta com descuidos primários. O texto de abertura, Dossiê: Authority, está cheio de pequenos erros de revisão. Coisas simples, mas que depõem contra a edição: na página 4, está escrito "realiade" em vez de "realidade". E faltam algumas vírgulas aqui e acolá.

Durante a história, o trabalho de adaptação também pecou ao não conseguir cobrir completamente o texto em inglês que está por baixo dos recordatórios que indicam onde a história se passa - caixas pretas com letras amarelas.

Por baixo de A Balsa, Nações Unidas e Grande Estação Central, só para dar alguns exemplos, ainda se pode entrever o texto original em inglês. O problema se repete até o fim da edição.

Além desses cuidados obrigatórios, cairia bem uma nota ou comentário falando que a destruição de Nova York vista nesta edição é anterior ao ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001. A série acabou se tornando profética, sim, mas, com o passar dos anos, a idéia esmaeceu - e os editores poderiam ajudar o leitor a enxergar o brilho da história.

Outra informação bacana e útil já seria bem mais simples: apontar quem desenha o quê. Na revista, os três desenhistas estão elencados lado a lado, em uma página de créditos que fica um pouco escondida.

Sem dúvida, Authority é um belo trabalho da Pixel. O conteúdo de qualidade está garantido pelo acordo Vertigo / Wildstorm. Mas ainda falta um pouco de cuidado para que as revistas se tornem realmente impecáveis.

Classificação:

4,0

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