Começou muito bem a revista Aventuras Disney, publicada entre 2005 e 2009.

A saga Dragonlords, que abre a publicação, é uma leitura das mais agradáveis. Um prefácio do roteirista Byron Erickson conta como surgiu a ideia da HQ - o mercado alemão estava num momento de crise, e os editores queriam uma trama longa, em capítulos, com o traço de algum desenhista famoso, que trouxesse o leitor de volta no mês seguinte. Tarefa que não era das mais simples, tanto que o roteiro levou dois meses para ficar pronto.

Erickson conta que se preocupou com todos os detalhes, pensando no tema "família" e em respeitar a personalidade dos patos na trama algo complexa, tirando os personagens de Patópolis e jogando-os em meio a uma aventura fantástica, cheia de combates e dragões.

O desenhista escolhido (decisão mais que acertada, diga-se) foi o italiano Giorgio Cavazzano, um dos grandes mestres Disney, tema, aliás, da revista Mestres Disney # 2. Sua arte detalhada, dinâmica e divertida, que remete muito à animação, traz o tom certo para a aventura e faz com que a HQ seja um deleite para quem curte o gênero infantil/infanto-juvenil.

Fecha a edição uma republicação: a ótima Encrencas cinematográficas, produzida no Brasil. Nela, Mickey, Pateta e o robô PRK-20 passam maus bocados num país em que tudo remete a produções cinematográficas. Paródias de filmes de caubóis e até de Carlitos fazem a graça da trama, que tem um final contundente, numa rápida e cáustica crítica à televisão.

Na revista, não constam nos créditos o responsável pelo roteiro desta HQ, que, de acordo com o site Inducks, é Gerson L. B. Teixeira.

Infelizmente, Aventuras Disney, ao contrário da maioria das revistas mensais Disney, teve vida curta, somente 48 edições, começando com a saga de Dragonlords e terminando com outra bela edição, dedicada ao Mancha Negra.

Apesar de não ser um título tão antigo, este é mais um que deixou saudades no leitor brasileiro.