/b SUPERMAN - O ÚLTIMO FILHO DA TERRA # 1
Título:SUPERMAN - O ÚLTIMO FILHO DA TERRA # 1 (Mythos Editora) - Minissérie em duas partes
Autores: S. Gerber (roteiro), D. Wheatley (arte) e C. Chucry (cores).
Preço: R$ 5,90
Data de lançamento: Fevereiro de 2003
Sinopse: Uma nova versão para a origem do Super-Homem. Desta vez, conta-se como Clark Kent tornou-se Kal-El, e não o contrário, em mais uma aventura alternativa da série Túnel do Tempo.
Positivo/Negativo: Não deve ser nada fácil trabalhar nas grandes editoras de HQ, como a Marvel e a DC Comics. A concorrência interna e externa é pesada; os prazos são regiamente obedecidos; a expectativa é imensa e a pressão coorporativa, esmagadora.
Por outro lado, no que diz respeito aos meios técnicos, as condições não poderiam ser melhores.
E as informações dos dois parágrafos anteriores são fundamentais para tentar entender o resultado final desta edição da Mythos.
Este primeiro número se divide em três momentos: os minutos finais da terra, o planeta Krypton e o amadurecimento de Kal-El!
A primeira parte é uma formalidade rápida e muito mal trabalhada.Conhecemos certas características dos pais biológicos de Clark Kent, a desgraça acontece e viagem pelo espaço do bebê, o último filho da Terra.
O trabalho da equipe de desenhos, arte-final e cores é extremamente inspirado. As seqüências passadas em Krypton impressionam pelo talento de D. Wheatly para dotar os personagem de expressões medidas e corretas para as situações encenadas. O contrate entre a alta tecnologia e natureza árida do planeta é um dos pontos altos da HQ.
Outro achado criativo desta aventura é a caracterização dos kryptonianos, com indumentárias que lembram aquelas do antigo Império Bizantino. Este é um belo exercício de imaginação, isto é, imaginar que o Império Romano do Oriente não decaiu e/ou foi destruído pelo avanço do Império Turco-Otomano.
Mas o grande atrativo desta edição é criação de uma ética para os kryptonianos, usos e costumes como resultados por um história marcada por experiências, no campo da biogenética, que quase custaram a continuidade da cultura e sociedade deste povo. Eis um debate atual e necessário.
Jor-El, por isso mesmo, é o personagem mais interessante e bem desenvolvido de toda a trama.O recorrente questionamento dele dota esta aventura de um roteiro instigante, pois com ele há um conflito intelectual.
Os problemas da história começam quando Jor-El sai de cena, e cede espaço para Kal-El. Este, já um inquieto adolescente, faz uma descoberta "arqueológica impressionante".
A partir deste ponto, a HQ torna-se tediosa e sem graça. Chega a ser constrangedora. Fica a impressão que o roteiro recebeu um adendo imposto pela velha prática das grandes editoras, de subestimar a inteligência dos leitores.
Uma infame coleção de clichês, no que diz respeito ao Super-Homem, tomam conta da narrativa: ação sem graça, soluções "improvisadas", poses manjadas e, o pior de tudo, toda aquele clima piegas e de extremo sentimentalismo.
A última página traz um diálogo deprimente, e se encerra com um gancho para o próximo número que chega a ser risível!
Nesta edição há 1/3 de criatividade para 2/3 de tédio. O saldo final é negativo.
Classificação: