BALAIADA – A GUERRA DO MARANHÃO
Editora: Independente - Edição Especial
Autores: Iramir Araújo (roteiro) e Ronilson Freire e Beto Nicácio (arte).
Preço: R$ 25,00
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Julho de 2009
Sinopse
Na isolada Vila da Manga, na província do Maranhão, o vaqueiro Raimundo Gomes Jutahy, deu início a uma revolta popular. O estopim foi a prisão injusta do irmão pelo poder constituído.
Jutahy reúne um grupo de homens e invade a cadeia do povoado. Liberta seu irmão e a outros prisioneiros e faz uma proclamação, incitando o povo a rebelar-se contra os desmandos dos governantes de então.
Essa revolta duraria mais de três nãos (de 1838 a 1841), assumindo proporções nunca vistas no Maranhão. As lutas e seus efeitos se estenderam pelas províncias vizinhas do Piauí, Ceará, Pernambuco e até no Pará.
A mobilização fugiu ao controle das autoridades provincianas e mobilizou o governo imperial, o qual, vendo seu poder contestado, enviou para o local o Coronel Luis Alves de Lima, com a missão de sufocar a Balaiada.
Positivo/Negativo
Resgatar um importante evento da história nacional, a fim de mostrá-lo sob uma perspectiva diferente da contada nos livros de escola. Esta proposta permeia o projeto de muitos álbuns, como Adeus, Chamigo Brasileiro, Chibata! João Cândido e a revolta que abalou o Brasil e este Balaiada - A guerra do Maranhão.
Iramir Araujo, responsável pelo roteiro, fez uma grande pesquisa para reconstruir essa história. O projeto nasceu com o intuito de resgatar os nomes dos homens que lutaram para tentar mudar o modelo de governo que abusava da população.
O autor escolheu recontar a história acompanhando os seus principais personagens - revoltosos e membros do governo. Assim, a obra se mantém imparcial. Essa opção valorizou o álbum como um produto escolar, podendo ser usado para despertar o interesse dos alunos por esse importante evento da História do Brasil.
A escolha de aproximar o texto da fala do caboclo foi acertada. Embora certas construções possam causar um estranhamento, elas ajudam a construir e contextualizar o clima da trama.
A arte do álbum foi dividida entre dois quadrinhistas. E, embora os traços de ambos guardem certas semelhanças, as diferenças são maiores. Ronilson Freire, responsável pela primeira metade, tem um tom mais harmônico.
Já o traço de Nicácio, principalmente nas expressões dos personagens, é mais rude - as faces são mais distorcidas. Essa diferença prejudica o andamento da trama, quebrando a fluidez da narrativa.
O álbum é bem acabado, em formato grande e com uma introdução feita pelo ex-secretario da cultura do Maranhão, Joãozinho Ribeiro. Uma ressalva é que a edição poderia conter um anexo com informações à parte da História, como uma cronologia dos eventos.
Iramir Araújo contou com o apoio do Governo do Maranhão para publicar o álbum, que já faz parte do programa de diversas escolas naquele estado.
Classificação: