BAMBI – VOLUME 1
Autor: Atsushi Kaneko (roteiro e arte).
Preço: R$ 22,00
Número de páginas: 200
Data de lançamento: Maio de 2006
Sinopse: Um garoto é raptado pela adolescente conhecida como Bambi, que anda armada e é muito perigosa e também meio biruta.
Logo o mundo do crime recebe um misterioso aviso, assinado pelo suposto pai do menino. Quem matar Bambi e trouxer o garoto sem qualquer ferimento ganhará 500 milhões de ienes.
E há mais uma condição: os nomes do pai e do menino, bem como seus contatos, não serão revelados.
Assim, começa uma verdadeira caçada a Bambi. Logo de cara, por puro acaso, um homem que seria assassinado por dois criminosos escapa da morte quando a adolescente dá fim aos dois facínoras, que, após reconhecê-la, queriam faturar a grana.
Por causa da recompensa polpuda, o homem que acabara de escapar da morte resolve seguir Bambi e descobre quem está pagando os 500 milhões de ienes: Gabba King, um astro da música que parece um Elvis Presley decadente e tem hábitos pra lá de estranhos com suas fãs entre quatro paredes.
Positivo/Negativo: Bambi foi mais uma das apostas da Conrad para o mercado de livrarias. E bastante arriscada, pois tanto o autor quanto a obra são totalmente desconhecidos no Brasil. E a editora, seguindo o original, ainda imprimiu o álbum em magenta. O resultado é, no mínimo, estranho.
Mas quem resolveu conferir a edição de estreia da série de Atsushi Kaneko encontrou uma diversão descompromissada.
Não espere um roteiro brilhante. A HQ se resume a perseguições frenéticas, assassinatos aos montes e sangue "jorrando" pelas páginas. Ou seja, bem clichê.
Assassinos vão se sucedendo na caçada e Bambi vai detonando um a um. Se estrelasse uma HQ de super-heróis, a moça poderia ser considerada a "Lobo de saias". Ela não mede esforços para conseguir o que quer (levar o garoto para os "velhos"): rouba, mata, estripa... sempre com um ar meio infantil, quase tolo.
O que chama mesmo a atenção é o desenho. O traço, com uma pegada mais underground, não recorre nem mesmo aos olhos arregalados dos personagens, característica tão marcante na maioria dos mangás.
Kaneko imprime uma velocidade à trama que lembra o cinema - mídia, aliás, na qual estreou como diretor em 2005. São páginas e páginas com diagramação variada e muitas delas sem um balão sequer.
No fim deste primeiro volume, em meio a muita matança, o autor deixa dois bons ganchos para o álbum seguinte: o menino Pampi (assim batizado por Bambi, que o raptara do covil de Gabba King) termina nas mãos dos caçadores de recompensa; e o homem que no começo da história escapa da morte descobre, no covil do cantor, o que ele faz com as fãs. Resta saber se conseguirá sair de lá.
Editorialmente, a Conrad fez um bom trabalho, mas, ao término da leitura, fica a dúvida: talvez este material - mesmo com a indicação de "impróprio para menores de 16 anos - não precisasse ser lançado em livrarias. Nas bancas, com tiragem maior, acabamento nem tão luxuoso e preço menor, possivelmente, atrairia mais leitores.
Classificação: