BASILISK – O PERGAMINHO SECRETO DOS KOUGA # 1
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Autores: Futaro Yamada (história original) e Masaki Segawa (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 208
Data de lançamento: Julho de 2011
Sinopse
Para nomear o sucessor de Ieyasu Tokugawa, o xogum promove um duelo entre duas grandes famílias de ninjas: os Kouga e os Iga, que estavam em paz, forçada por Hanzou Hattouri.
Mas, apesar do ódio secular entre as famílias, a paz fez com que os herdeiros dos clãs, Gennosouke, de Kouga, e Oboro, de Iga, se apaixonarem. Só que agora o amor deles será posto à prova por esse duelo entre os clãs.
Positivo/Negativo
Imagine que as histórias ninjas de Naruto entrassem num mundo de histórias de Alejandro Jodorowsky, com personagens bizarros, batalhas cíclicas e uma pitada de drama shakespeariano. Se conseguiu visualizar isso, dá para ter uma ideia do que é Basilisk.
A história vai até um Japão feudal para recriar "Romeu e Julieta". Nos papéis do jovem casal de clãs rivais estão Gennosouke e Oboro, ambos dragados para uma batalha entre as suas famílias ninjas para definir o sucessor do xogum.
Dez ninjas de cada lado se enfrentarão. No final, o time que tiver mais sobreviventes e a posse do pergaminho com as regras da disputa será declarado o vencedor.
O charme da HQ são os personagens, cada um mais bizarro que o outro, como um "aranha", que dispara teias pela boca; um homem-elástico; um sujeito sem membros no corpo, que anda rastejando e luta de maneira surpreendente, dentre outros.
Além dos tipos bizarros, há cenas chocantes, repletas de violência, inclusive uma tentativa de estupro. Definitivamente, é recomendado para maiores de 18 anos, como bem explicado na capa da edição brasileira.
A trama é uma adaptação do livro Ninpouchou, escrito por Futaro Yamada entre 1958 e 1959, que foi um grande sucesso no Japão e já foi traduzido para vários idiomas, mas ainda não chegou ao Brasil.
A versão de Masaki Segawa, inclusive, não é a primeira vez que a história chega aos mangás - ela teve versões por Haruo Koyama, em 1963, e por Torao Asada, em 2003.
Segawa, entretanto, é bastante feliz no seu trabalho. Uma arte carregada nas sombras dá o toque opressor que a história tem sobre os dois protagonistas. A narrativa visual é rápida e movimentada, mas é simples para compreensão do leitor. Seu principal defeito talvez seja a expressividade nos personagens, que estão sempre trincando os dentes.
A edição da Panini é competente, com textos sobre os autores e as obras na terceira e na quarta capas, respectivamente, e um glossário no final para quem não está familiarizado com os termos japoneses.
O único estranhamento fica por conta da opção em usar o onomatopeico "ká, ká, ká" nos balões de risos, em vez habitual "ha, ha, ha".
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