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BATMAN #1

1 dezembro 2001

Batman #1 - Planeta DCTítulo: BATMAN #1 (Editora Abril) - Revista quinzenal

Autores: Ed Brubaker (roteiro) e Stefano Gaudiano (arte);
Batman Preto e Branco - Dave Gibbons (roteiro e arte).

Preço: R$ 2,50

Data de lançamento: Maio de 2002

Sinopse: Dois homens são calcinados numa misteriosa explosão na Zona Oeste de Gotham. Batman é convocado pelo novo Comissário Akins, e fica sabendo que as investigações foram assumidas pelos federais, que afastaram do caso a polícia da cidade.

As investigações independentes do Homem-Morcego levam-no a descobrir uma nave espacial caída em Gotham, e instalações secretas do governo Lex Luthor realizando testes com meta-humanos.

Batman em Preto e Branco - O Cavaleiro das Trevas enfrenta o Bandido em Preto e Branco, um grande pintor que perdeu a visão das cores após trabalhar com uma linha de tintas experimentais.

Positivo/Negativo: Terminada a linha Premium, a Editora Abril traz de volta o formatinho, com o objetivo de conquistar novos leitores e popularizar os gibis de super-heróis.

A atitude foi vista por muitos como um retrocesso, uma queda brutal no padrão de qualidade da editora. Contudo, por mais bonitas que fossem as revistas Premium, é preciso admitir que edições mais baratas são fundamentais para que o mercado se renove.

Sobre a história escolhida para iniciar a linha Planeta DC, cabe ressaltar que Mundos em Guerra é uma saga de três meses de duração, e que envolveu praticamente todos os personagens do Universo DC. Fica, então, a questão: não teria sido melhor uma aventura autocontida do Morcegão para sua nova edição de estréia?

Por que começar logo com uma trama que se estende por toda as revistas da linha Abril/DC, e que precisa de um guia de leitura para que o leitor não perca nenhum desdobramento da saga, se este é justamente um fator que torna as revistas menos acessíveis e pode afastar o público potencial?

E mais: não seria melhor, para situar aqueles que não puderam colecionar a linha Premium, um texto sobre as principais mudanças ocorridas durante o período? O leitor desavisado vê-se à frente de uma realidade onde Lex Luthor é presidente dos Estados Unidos, Metrópolis tem carros voadores e design futurista, e Talia comanda a Lexcorp; e as únicas matérias na revista são sobre a própria linha Planeta DC e o desaparecimento de Plutão.

O texto de Brubaker, por sua vez, se não é excepcional, mantém o clima de mistério e apresenta com segurança a ação de Batman para encontrar a verdade que aterrissou em Gotham City.

Numa saga que envolve raças alienígenas em batalhas cósmicas, é bom notar que Batman, em sua participação na trama, atua essencialmente como detetive, procurando pistas e seguindo suspeitos, e não espancando aliens. Ponto positivo para o roteirista por manter-se fiel à essência do personagem.

Uma curiosidade: a meta-humana mantida em vigilância constante no Projeto Metrópolis, chamada Estranha Visitante, nunca aparecera antes numa revista da Abril, mas trata-se de uma heroína introduzida nas revistas do Super-Homem, cujas habilidades e uniforme remetem à fase do Homem de Aço com poderes elétricos.

A história de Batman em Preto em Branco pode confundir os leitores, pois é apresentada como um "clássico do Homem-Morcego", quando, na verdade, é de 2001 e foi publicada em Batman: Gotham Knights #12.

No estilo que caracterizou a Era de Prata dos quadrinhos, tem tudo para agradar os entusiastas de tal período histórico, bem como para deixar irritados aqueles sem tolerância para um vilão que faz piadas com cores o tempo todo. Seja qual for o caso, é válida a iniciativa da Abril de aproveitar o material, ainda mais sendo da autoria de um artista consagrado como Gibbons.

A capa desenhada pelo brasileiro Roger Cruz deixa claro que foi um serviço feito às pressas, sem muita orientação editorial. No final das contas, temos uma edição de estréia com histórias até interessantes, mas permanece a sensação de que a Editora Abril já não começou cuidando bem dos heróis DC em sua nova empreitada; algo que, seja em formatinho ou edição Premium, já não surpreende mais ninguém.

Classificação:

4,0

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