BATMAN # 15
Título: BATMAN # 15 (Panini Comics) - Revista mensal
Autores: Batman - Jeph Loeb (roteiro) e Jim Lee (desenhos);
Gotham Knights - Scott Beatty (roteiro) e Roger Robinson (desenhos);
Detective Comics - Ed Brubaker (roteiro) e Tommy Castillo (desenhos);
Batgirl: Ano Um - Scott Beatty & Chuck Dixon (roteiro) e Marcos Martin (desenhos).
Preço: R$ 6,00
Número de Páginas: 96
Data de lançamento: Fevereiro de 2004
Sinopse: Dando continuidade à saga Silêncio, Batman encontra o Coringa junto ao corpo sem vida de seu velho amigo de infância, o Dr. Thomas Elliott, e fará com que o criminoso pague por todos os crimes que já cometeu. De uma vez por todas.
A segunda história é a primeira parte de O Ataque do Cavalo. Depois de recrutar Sasha Bordeaux, agora o Xeque-Mate quer a Caçadora. Enquanto isso, na mansão Wayne, Alfred e Bruce discutem o futuro.
Em seguida, vem a terceira parte de Corpo de Delito. Batman descobre quem é o assassino, mas ainda está longe de saber quais são seus reais motivos.
Por último, mais uma história da Batgirl original. Frente a frente com Batman e Robin, ela vai conhecer a Bat-Caverna. Entretanto, o Morcego tem outros planos para a jovem combatente do crime.
Positivo/Negativo: Chegando à sétima parte, de um total de 12, da saga Silêncio, Batman presencia mais um "aparente" assassinato cometido pelo Coringa, começa a relembrar muitos dos crimes que o psicopata cometeu e resolve dar um fim definitivo a ele.
Ainda que a aparição do Coringa tenha ficado um tanto quanto sem sentido, ficaram muito boas as recordações que Batman têm do aleijamento de Barbara Gordon e da morte de Jason Todd, a primeira Batgirl e o segundo Robin, respectivamente. Estas narrativas em off lembram muito o estilo de Frank Miller, celebrizado no clássico Ano Um, e os questionamentos que o herói se faz são o ponto forte do argumento. Não só nesta trama específica, mas em todas da saga Silêncio até agora.
O problema do roteiro de Jeph Loeb, é que, por diversas vezes, tem-se a impressão de que não há uma história propriamente dita, e sim um sem-número de personagens interagindo num cenário de demasiado mistério, no qual tudo acontece por algum nebuloso motivo.
Diferente de suas minisséries anteriores com Batman (O Longo Dia das Bruxas e Vitória Sombria), este arco não tem um desenvolvimento muito bom em seu início, o que leva a crer (ou a esperar) que, desta vez, ele possa ter guardado seus melhores trunfos para o final da mesma.
Se por um lado o roteiro não traz grandes novidades, os desenhos de Jim Lee estão com uma beleza raramente vista nos últimos tempos.
Com referências a vários artistas que já desenharam o sexagenário morcego, como Jim Aparo, David Mazzuchelli e Brian Bolland, entre outros, Lee relembra momentos brilhantes da trajetória do herói, com uma arte fenomenal. Ele reproduz fielmente cenas clássicas, como o Coringa dando o tiro que aleijou Barbara Gordon, e Batman carregando o corpo inerte de Jason Todd.
Em algumas cenas que remetem ao passado, Jim Lee brinca com os desenhos, deixando-os com um ar nostálgico, enquanto em outras, que representam o presente ou o futuro, mistura estilos dos mais variados, realizando um belo mosaico para os questionamentos de Batman.
Numa página em especial, Batman vê o que pode acontecer com a Mulher-Gato, caso ele deixe o Coringa vivo, e parece que Lee a fez como se fosse um rascunho, resultando numa das mais belas caracterizações que o Homem-Morcego já teve.
O mais interessante é que, ao mesmo tempo em que parece ser uma homenagem a antigos artistas do cruzado encapuzado, também é um olhar moderno para o futuro do personagem, e é exatamente na síntese destes dois aspectos que está a pequena maravilha proporcionada por Jim Lee nesta história.
A história de Gotham Knights serve basicamente para que Bruce Wayne questione as decisões que anda tomando. Depois de dispensar a Salteadora na última edição, ele resolve ter uma conversa séria com Alfred, para discutir o que será da "Bat-Família". Como vem acontecendo nas últimas edições, o destaque vai para a capa americana da revista, desenhada por Brian Bolland, e devidamente reproduzida pela Panini.
Na terceira parte de Corpo de Delito, Batman descobre quem é o assassino que tentou matar Jim Gordon e o Pingüim. Com clara referência ao Fantasma da Ópera, a história também esbarra no filme Darkman, de Sam Raimi, mas tudo leva a crer que vai se transformar em algo que Steven Seagal pudesse protagonizar nos cinemas.
Para fechar a revista, mais uma boa história da Batgirl. Ao testar alguns "utensílios" para seus passeios noturnos, ela esbarra uma vez mais com a dupla dinâmica, e acaba parando na Bat-Caverna. Mesmo não agradando muito, a heroína aparentemente se sai bem nos primeiros testes impostos por Batman.
Os belos desenhos de Marcos Martin continuam dando à série a beleza que merece, enquanto o roteiro lembra um pouco os ótimos Arquivos Secretos do Homem-Aranha, escritos por Kurt Busiek, e publicado pela Editora Abril há alguns anos.
Nos últimos números, pode-se dizer que a revista do Batman tem, na verdade, 50 páginas, correspondentes ao capítulo da saga Silêncio e à história da Batgirl. O resto faz pensar no porquê de tantas revistas, com praticamente os mesmos personagens passando por situações quase idênticas em sua maioria.
Claro que um personagem como o Batman não poderia ter apenas uma revista mensal nos Estados Unidos, mas seria bom se os roteiristas conversassem entre si e tentassem não resumir suas histórias a variações sobre um mesmo tema.
Classificação: