BATMAN # 21
Título: BATMAN # 21 (Editora Abril) - Revista mensal
Autores: Batman - Ed Brubaker (roteiro), Scott McDaniel (desenhos), Karl Story e John Lowe (arte-final);
Batgirl - Kelley Pucket (roteiro), Damion Scott (desenhos) e Robert Campanella (arte-final);
Asa Noturna - Chuck Dixon (roteiro), Greg Land (desenhos) e Drew Geraci (arte-final);
Robin Ano Um - Chuck Dixon e Scott Beatty (roteiro), Javier Pulido (desenhos) e Robert Campanella (arte-final).
Preço: R$ 10,00
Data de lançamento: Fevereiro de 2001
Sinopse: A primeira história mostra dois jovens geeks que viajaram para Gotham com o objetivo de produzir um filme, no maior estilo Bruxa de Blair, sobre a lenda do Batman. Entrevistam o Comissário Gordon, vários policiais e cidadãos comuns, até chegarem ao Pingüim.
O chefão do submundo decide se aproveitar da situação e diz aos garotos que o único capaz de revelar a verdade sobre o Homem-Morcego é Harvey Dent, o Duas-Caras. Determinados, os dois acabam fazendo uma visita a um dos piores lugares do planeta, o Asilo Arkham, e têm oportunidade de presenciar mais do que gostariam.
Na segunda aventura, o Cavaleiro das Trevas está disposto a acabar com todos os negócios do Pingüim, conforme prometera após a trágica morte de seu amigo Jeremy Samuels, em Batman #17.
O embate chega aos tribunais, com Bruce Wayne comprando o prédio de Cobblepot e colocando em risco a vida de inocentes, como a sua advogada e o juiz do caso, o que leva o Morcego a uma corrida contra o tempo para deter uma explosão. Na história seguinte, o Pingüim imagina como seria executar com perfeição um plano para matar Batman e Bruce Wayne.
Batgirl - Um garoto pequeno, chamado Tim, pede a ajuda da Menina-Morcego, dizendo que seu pai participaria de um roubo a banco, mas que não era mau, apenas pensava no dinheiro. O pedido do infante era que a heroína não deixasse que seu genitor fizesse nada ruim. Batgirl localiza o grupo de assaltantes a partir das informações conseguidas com Tim, mas as coisas não acabam bem.
Asa Noturna - Não acontece muita coisa com o herói, a história enfoca principalmente a luta de Shrike, o assassino contratado pelo Arrasa-Quarteirão para eliminar Asa Noturna, contra alguns dos principais criminosos que cruzaram o caminho do herói em tempos recentes.
Robin Ano Um - Dick Grayson foi violentamente espancado pelo Duas-Caras na edição anterior e, para evitar uma tragédia maior, Batman decide aposentar seu destemido sidekick. Todavia, enquanto realizava exames no Hospital Geral de Gotham, com a Dra. Leslie Thompkins, Robin recebe a visita do Senhor Frio, que rouba o estoque de sangue para chantagear a cidade, e o Menino-Prodígio não tem alternativa, senão agir para detê-lo.
Positivo/Negativo: Ed Brubaker, oriundo do título Deadenders, da linha Vertigo, continua dando provas de que é um valoroso acréscimo para a família de escritores do Batman. Suas três histórias nesta edição, muito bem ilustradas por Scott McDaniel, prendem a atenção do leitor e expande o conflito entre o Morcego e o Pingüim.
Ainda assim, algumas curiosidades devem ser comentadas. Na primeira história, uma das mais controversas decisões editoriais tomadas por Denny O'Neil: o fato de Batman ser uma lenda urbana mesmo após 12 anos de carreira contra o crime, nunca tendo sido filmado ou fotografado. Embora faça sentido que o Morcegão atue assim, a idéia gera dúvidas quanto às suas participações na Liga da Justiça e à própria origem do atual Robin, Tim Drake, que precisa ser revista dentro do novo contexto.
A terceira aventura, originalmente, foi parte do evento This Issue: Batman Dies! (Nesta edição, Batman morre!), de dezembro de 2000, quando todas as revistas do núcleo-morcego traziam a frase em destaque na capa, e grandes vilões imaginando como matariam o defensor de Gotham, assim como foi a história do assassino Cain, em Batman #18.
Embora Brubaker caracterize bem o tradicional Pingüim, fica claro que seu passado como vilão reconhecido já não é mais parte da cronologia oficial do Universo DC, e que boas histórias, como Projeto Pingüim, de Marv Wolfman e Alan Grant, devem ser desconsideradas, o que é uma grande perda.
Kelley Pucket e Damion Scott, como de costume, apresentam uma história comovente da nova Batgirl. Já a do Asa Noturna, por Chuck Dixon, acrescenta pouco ao personagem e apenas prolonga a trama que envolve Shrike, mas comprova o talento do autor, nas coreografias das cenas de luta e no breve, porém marcante, encontro de Dick com Bárbara Gordon.
Em Robin Ano Um, o trabalho continua primoroso. Com ou sem permissão de Batman, o Menino-Prodígio original é um herói como poucos; e Dixon, Beatty e Pulido merecem o crédito.
O ponto negativo fica por conta da seção A Caverna do Morcego, na qual, segundo o editor da revista, a Batgirl derrotou Lady Shiva apenas por ter recuperado sua habilidade de prever os movimentos dos oponentes. Na verdade, a heroína a venceu, em Batman #17, sem suas habilidades especiais, que só veio a recuperar em Batman #18, treinando com a própria Shiva.
A Abril muda o formato de suas edições e as promove como sendo as mais bem produzidas, mas, no final das contas, resta a dúvida se eles realmente têm uma noção bem definida do que estão fazendo.
Classificação: