BATMAN # 23
Autores: Cidade Castigada - Brian Azzarello (roteiro) e Eduardo Risso (desenhos);
A Morte e as Donzelas - Greg Rucka (roteiro) e Klaus Janson (desenhos).
Preço: R$ 6,50
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Outubro de 2004
Sinopse: Batman prossegue em sua caçada humana a Angel Lupo, mas será que isto era mesmo necessário?
Na segunda aventura, Cara a cara, Ra's Al Ghul e Batman.
Positivo/Negativo: A conclusão de Cidade Castigada consegue manter o mesmo alto nível de seu início, mostrado na edição anterior.
Não, o Batman de Azzarello não é igual ao de Chuck Dixon, Doug Moench, Alan Grant, Greg Rucka ou Jeph Loeb (só para ficar nos roteiristas mais importantes do personagem nos últimos dez anos). Ele está mais para aquele cinqüentão visto em O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller.
Nas mãos de Azzarello, o personagem comete um sério erro de julgamento, que faz com que a narrativa ganhe ainda mais força na reta final da história. Isto acontece quando ele admite o equívoco para si próprio, e faz de tudo para corrigi-lo.
Detalhe: ele admite ter errado, mas não fica se martirizando, como se a vida e morte dependessem de seus caprichos. Longe da perfeição imposta por vários autores, o Batman aqui mostrado é demasiado humano e, por isso mesmo, deve causar inúmeros chiliques nem seus fãs mais radicais (leia-se conservadores).
Outro destaque foi a caracterização do Crocodilo, que lembra muito o Lápide da minissérie Cage, também escrita por Azzarello e desenhada por Richard Corben. Os encontros (que não são poucos) entre ele e o Morcegão são alguns dos pontos altos e impagáveis do arco.
Vale também ressaltar a seqüência final, mais precisamente as três últimas páginas, com um Batman "esperançoso" de um dia poder se aposentar. O que se passa na mente dele em meio à perseguição é sensacional.
Quanto à arte, Risso realiza um estupendo trabalho que, como já foi dito antes, casa perfeitamente com o roteiro detetivesco, o clima sombrio de Gotham e com a própria personalidade deste Homem-Morcego. Seria fantástico se um dia ele viesse a ser desenhista regular de alguma série mensal do Batman.
Há um deslize ao final da trama, que é a aparição meio sem sentido de um notório psicopata do Asilo Arkham. Isto não chega a estragar a qualidade da conclusão do arco, mas mostra-se totalmente desnecessário.
Pode-se resumir Cidade Castigada como uma história que nasceu e morreu já clássica.
E para fechar a edição o segundo capítulo de A Morte e as Donzelas.
Não tente entender esta minissérie, pois não há o que compreender dela até aqui. Ela é muito ruim, e tem uma presunção de ser "a história de Ra's Al Ghul", o que acaba tornando-a ainda pior.
Greg Rucka está irreconhecível, e somente a arte de Klaus Janson justifica uma rápida folheada por este suplício de 24 páginas.
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