BATMAN # 58
Título: BATMAN # 58 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Os ricos e famosos - Paul Dini (roteiro) e J.H. Williams III (arte);
Regras de compromisso - Andy Diggle (roteiro), Whilce Portacio (desenhos) e Richard Friend (arte-final);
Duplas estranhas - Bruce Jones (texto), Paco Diaz (desenhos) e Bit (arte-final);
Batman & Filho - Grant Morrison (roteiro), Andy Kubert (arte).
.Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Setembro de 2007
Sinopse: Os ricos e famosos - A alta sociedade de Gotham é ameaçada por uma gangue que se infiltra nos círculos mais elitistas da cidade - e Batman vai procurá-la.
Regras de compromisso - No começo da carreira de Batman, o Homem-Morcego vê sua luta contra o crime se confundir com a política de venda de armamentos da Waynetech.
Duplas estranhas - Asa Noturna e Cheyenne Freemont enfrentam Jakob e os irmãos Pierce.
Batman & Filho - Depois de derrotar a maioria dos vilões de Gotham - incluindo o Coringa - Batman vai a Londres, onde uma revelação impressionante o aguarda.
Positivo/Negativo: Ao final de Crise Infinita, a DC Comics preparou um tratamento especial para seus principais heróis: dedicou a eles times criativos compostos por alguns dos mais aclamados roteiristas e artistas do mercado.
Para leitores de revistas como Batman, que padeceu por meses a fio de histórias medonhas, é um alívio ver nos créditos nomes como Paul Dini, J.H. Williams III, Grant Morrison, Andy Diggle e Andy Kubert.
O arco de Morrison (que já trabalhou com Batman em Asilo Arkham e Gothic) e Kubert (que estréia na DC depois de fazer história na Marvel) começa de forma grandiosa já na primeira página, que mostra o Comissário Gordon em queda livre e drogado pelo Coringa. Em seguida, em uma página dupla, o vilão aparece com Batman morto em suas mãos. Claro, logo depois, tudo se esclarece e volta à normalidade - mas por pouco tempo.
Já na estréia, Morrison deixa claro que pretende mexer pra valer na vida do Morcego. E que quer fazer isso com roteiros ágeis e empolgantes. No primeiro número, chega a tirar Bruce Wayne de Gotham e levá-lo para Londres, cidade real que tem a cara e o estilo do herói.
De cara, Kubert se mostra um companheiro vigoroso para a passagem do escocês por Gotham, Londres ou onde mais for necessário ir.
Outra estréia que merece destaque é a de Paul Dini (Lost, Animaniacs, Zatanna, Jingle Belle), que na primeira edição vem acompanhado da arte fabulosa de J.H. Williams III - que em títulos como Promethea e Sete Soldados da Vitória tem se mostrado um dos maiores talentos em atividade no mercado norte-americano.
O desenho, claro, é arrebatador, não só pelo traço, que é uma aula de artes gráficas, mas também pela diagramação ousada de Williams, tão sofisticada quanto eficaz.
A história de Dini não abre nenhum arco. É uma aventura curta e autocontida, bem ao estilo de uma de suas maiores criações, o desenho Batman - The Animated Series. E, como no desenho, dá certo.
Ao lado dessas duas estréias, o arco de Batman Confidencial de Andy Diggle (Losers, Monstro do Pântano) acaba perdendo boa parte de seu impacto, a começar pela escolha do fraco Whilce Portacio como artista. Representante do pior dos anos 90, o desenhista faz um Lex Luthor com inexplicáveis olhos de guaxinim e inventa músculos improváveis na anatomia de Batman.
Quem erra não é só o artista. Diggle também se perde ao entrar no universo do jovem Batman. Segundo a lógica criada por Frank Miller em Ano Um (se é que ela ainda vale em tempos de Crise Infinita), o herói em começo de carreira era mais limitado: tinha menos apetrechos, menos amigos e, por tabela, errava mais.
O autor de Losers, porém, passa dos limites ao mostrar um Bruce Wayne que, depois de ver os pais serem mortos por armas e criar aversão a elas, permite que sua empresa de tecnologia, a Waynetech, seja fornecedora de armas para o governo, ao lado de Lex Luthor.
Regras de compromisso está longe de ser uma grande HQ, mas Asa Noturna, única série da revista que não estréia nesta edição, ainda não tem concorrentes como uma das piores que a Panini vem publicando.
Bruce Jones está fazendo uma seqüência de histórias lastimáveis. Há até uma namoradinha de Dick Grayson que se tornou heroína e um monstro que vomita vilões.
Ao fim da leitura, é curioso notar que a Panini ainda não acertou o tom para valorizar os artistas que compõem a edição. Não é nada grave, claro. Afinal, o maior prejudicado por um leitor (ou até mesmo eventual novo leitor) não valorizar uma revista é a própria editora.
Mas numa edição com duas estréias tão bacanas, chega a soar estranho a chamada de capa para Batman Confidencial (que, a rigor, é uma expressão vazia de significado), sem dar nenhum destaque a Morrison, Dini e Kubert. Ao menos Morrison parece ser um autor capaz de elevar as vendas de um título.
Classificação: