Eis a última edição antes da reformatação da linha de revistas de super-heróis da Panini.

A revista não traz nenhuma informação sobre a mudança pela qual passará. É preciso acompanhar pela internet os avisos da Panini. O título terá menos páginas (72) e passará a custar R$ 6,50 já em maio. Não se sabe, por exemplo, se a numeração será reiniciada ou seguirá normalmente.

Chegam ao fim também os títulos norte-americanos Nightwing (Asa Noturna) e Catwoman (Mulher-Gato), enquanto Batman e Detective Comics ficam paralisados até o final da saga A batalha pelo capuz, que mostrará quem sucederá Bruce Wayne no manto de Batman.

Peter J. Tomasi leva Dick Grayson de volta a Gotham City, recoloca o personagem no cenário e o deixa pronto para A batalha pelo capuz. A arte não compromete e há pouca ação. Boa parte do texto está em legendas, recurso usado pelo autor para apresentar os pensamentos e reflexões de Asa Noturna.

Já em Mulher-Gato, Will Pfeifer conduz uma narrativa de muita ação. Selina Kyle voltou a ser a maior ladra do Universo DC e isso cria histórias bem divertidas. A conclusão da segunda aventura é sensacional e mostra que, às vezes, nem toda a prevenção de Batman é suficiente.

Encerrando a edição, a segunda parte da excelente história escrita por Neil Gaiman, criador de Sandman. A primeira foi publicada no número anterior.

Gaiman constrói uma homenagem ao mito do Homem- Morcego com artifícios narrativos muito engenhosos: o próprio Batman vê seu corpo sendo velado por amigos e inimigos, acompanhado por uma mulher que ele não reconhece.

Cada integrante do velório de Batman conta de que forma ele morreu. São várias versões de como o Cavaleiro das Trevas se foi para sempre. A carga nostálgica é grande.

Nostalgia essa reforçada pelo bonito trabalho de Andy Kubert. A história está repleta de referências às mais diversas fases do personagem, seja por meio de textos, situações ou aspecto visual. Como o título, referência direta à história de Alan Moore para o Superman: O que aconteceu com o Homem de Aço?

A diagramação das páginas é ótima e a sequência de páginas duplas (88 a 91) é tocante, além de apresentar uma bela sacada visual.

Pena a opção da Panini pelo uso de Cavaleiro das Trevas ao traduzir o título Whatever Happened to the Caped Crusader?. Pelo clima nostálgico da trama, seria mais apropriado usar Cruzado de Capa ou Cruzado Embuçado.

A edição da Panini ainda traz alguns dos esboços de personagens e páginas de Kubert para a trama. Esta história é obrigatória para fãs do Morcego, de Neil Gaiman e de boas HQs.