Eis uma edição rápida de Batman. Tão rápida que talvez o leitor não dê a devida atenção aos seus méritos.

A revista começa muito bem com a conclusão do primeiro arco de Batman & Robin. Apesar dos roteiros assinados pelo badalado escocês Grant Morrison, o maior mérito cabe à arte de Frank Quitely.

Morrison apela para clichês melodramáticos de dar pena, como o começo da primeira HQ. Em seguida, vem uma história apressada e de consistência média. Mas o escocês ainda pode marcar como mérito o desenvolvimento que impôs à relação de irmãos entre Dick Grayson e Damian. Ainda assim, de resto, tudo é muito veloz.

Essa velocidade atrapalha algumas vezes o entendimento da trama. E fica um sentimento de que o roteiro é só um fiapo de orientação para que Quitely mostre por que é um dos melhores narradores visuais de cenas de ação do mercado norte-americano de quadrinhos.

E ele dá um show. Sua coreografia das lutas é excelente: a percepção de movimento, montagem das páginas e enquadramentos são pequenas e valiosas lições para os desenhistas interessados em ação. O leitor se pergunta se os próximos arcos da revista sem a presença de Quitely conseguirão manter o interesse.

Fechando a edição, uma história boa do Batman escrita por Paul Dini, que é desses roteiristas que, quase sempre, garantem HQs acima da média.

Em uma aventura clássica do Homem-Morcego, a Dupla Dinâmica investiga e caça o responsável por incendiar pessoas em Gotham. Ao mesmo tempo, novas tramas caminham paralelas e apontam para um desenvolvimento futuro.

Esta é uma daquelas edições em que, em caso de dúvida, a arte de Quitely nas páginas iniciais compensa o investimento.