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BATMAN - A LUVA NEGRA

1 dezembro 2012

BATMAN - A LUVA NEGRA

Editora: Panini Comics - Edição especial

Autores: Grant Morrison (roteiro), J. H. Williams III, Tony S. Daniel e Ryan Benjamin (desenhos), Jonathan Glapion, Sandu Florea, Saleem Crawford (arte-final), Dave Stewart e Guy Major (cores) - Originalmente publicado em Batman # 667 a # 669 e # 672 a # 675.

Preço: R$ 50,00

Número de páginas: 176

Data de lançamento: Junho de 2012

 

Sinopse

Mais dois arcos de histórias na compilação da fase do Batman redigida por Grant Morrison.

No primeiro, o Homem-Morcego se reúne com os vigilantes mascarados de diversas nações, que integravam o Clube dos Heróis, num enigmático jogo envolvendo traição e morte.

Em seguida, os prelúdios da saga Descanse em paz, com policiais trajados de Batman e o resultado de experiências no passado do herói, com revelações surpreendentes.

Positivo/Negativo

Tempos atrás, quando questionado sobre o que faria se tivesse controle sobre as aventuras do Cavaleiro das Trevas, Grant Morrison prometeu que os leitores veriam muito beijo na boca e cabelo no peito. Tal afirmativa pode soar estranha e despropositada, mas dá pistas sobre os caminhos trilhados pelo escriba desde que assumiu os roteiros de Batman, em 2006.

Ele foi a aposta certa da DC Comics para o personagem após a saga Crise Infinita, e deu novo fôlego ao defensor de Gotham City. Logo introduziu o filho de Bruce Wayne, o endiabrado Damian, um futuro desolado para o vigilante e figuras misteriosas trajando o manto do herói.

Neste segundo encadernado em capa dura da fase mais criativa do título nos últimos tempos, o escocês maluco se diverte com o Clube de Heróis, uma organização internacional de vigilantes numa trama de mistério, e segue pavimentando a trilha que levará o Morcego a "descansar em paz".

E o melhor de tudo é que Morrison efetivamente consegue inovar nas narrativas, brilhando em tons diferentes do que se podia esperar num gibi do Batman. E a arte espetacular de seus colaboradores deixa tudo com um sabor ainda mais especial. Um quadrinho de super-herói pra aficionado nenhum botar defeito, enfim.

Em sua carreira, Morrison se destacou por quebrar paradigmas e lançar ícones consagrados e personagens menores nas direções mais inesperadas. Em Batman, ele decidiu romper definitivamente com o legado da figura (hoje decadente) de Frank Miller, deixando de lado o viés rancoroso de suas histórias, mas investindo ainda num clima sombrio e misterioso.

A saga do Clube dos Heróis evidencia mais as influências do roteirista, que mergulha fundo nos conceitos da Era de Prata e investe no lúdico e no ridículo, tratando-os, contudo, com seriedade. J. H. Williams III, que já trabalhara com o autor na espetacular Os sete soldados da vitória, revela-se o ilustrador perfeito para a aventura dos justiceiros internacionais, e produz uma obra-prima.

Esta é a saga que serviu de base para a investida mais recente de Morrison no universo do Cruzado de Capa, a série mensal Corporação Batman, que (novamente) mudou os rumos do super-herói. Trata-se de um estudo aprofundado sobre o efeito da ideia de um ícone do combate ao crime ao redor do planeta, tratado com leveza e garantindo diversão. E não se poderia esperar mais.

A sequência de histórias do álbum envolve experimentos de sobrevivência ocorridos no passado de Bruce Wayne, com novas revelações sobre o assassinato de seus pais. Material que chamou a atenção dos leitores e causou muita polêmica entre os fãs de longa data, e merece ser conhecido.

Grant Morrison é um profissional gabaritado que não hesita em mexer no cerne dos personagens com que trabalha, adicionando e alterando elementos do cânone, com bons resultados. Agora, a participação mais controversa de A luva negra, sem dúvida, é do divertido Batmirim (também conhecido como Duende Morcego), um diminuto duende da quinta dimensão com uniforme de Batman, que ressurge com propósitos renovados.

Essa trama marcou os prelúdios da saga Descanse em paz, e pode ser destacado também o papel de Jezebel Jet, o interesse romântico de Bruce Wayne, que parece ter tocado seu coração. Como desenhista oficial da série, assume o competente Tony S. Daniel, mantendo o bom nível.

A Panini segue republicando as aventuras de Batman por Grant Morrison em edições de luxo, mas deixou de fora as edições referentes à ressurreição de Rã's Al Ghul, que se intercalaram com outros títulos. Nada que prejudique o entendimento da trama principal do escocês, todavia. O encadernado, afinal, é recomendado a todos que desejam sair da mesmice e comprovar o talento de um dos mais aclamados criadores do nosso tempo.

 

Classificação:

4,0

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