BATMAN - A MALDIÇÃO DE SCARFACE
Título:
BATMAN - A MALDIÇÃO DE SCARFACE (Mythos
Editora) - Edição especial
Autores: Alan Grant (roteiro), Charlie Adlard (desenhos) e Grant Goleash (cores).
Preço: R$ 5,50
Data de lançamento: Dezembro de 2002
Sinopse: Prestes a deixar o Asilo Arkham, o ventríloquo Arnold Wesker acredita estar curado, ou seja, livre da influência do boneco Scarface.
Após um prolongado tratamento psicológico, que culmina com uma pira para Scarface, Wesker confronta-se com novos e recorrentes fantasmas.
Positivo/Negativo: Qualquer boa história - seja ela em quadrinhos,
no cinema, em livros etc - que se valha de referências primárias que habitam
o imaginário cristão ocidental não ganha atenção de seu público
sem um bom e eficiente vilão.
Esta é uma idéia que aponta para um dos pontos positivos desta edição da Mythos. O vilão Scarface ganha uma história à altura de sua complexidade. Os vilões costumam ser tão mais interessantes para que haja conflito na trama, que o roteirista Alan Grant tomou quatro decisões acertadas:
1) Fez uma "homenagem" ao Duas-Caras / Harvey Dent, de Cavaleiro das Trevas, ao encenar novamente os limites da psicologia, desta vez com Scarface como protagonista.
2) Procurou superar o aspecto "psicológico" do personagem em questão, com toques de misticismo, em meio a um clima de incertezas. Por outro lado, isso poderia ser mais bem desenvolvido. No final da leitura, fica a impressão que algo se perdeu pelo caminho!
3) Criou um duplo para Scarface! Este é um ótimo recurso para explicitar a progressiva decadência do personagem e o próprio "cenário" por onde este se desloca!
4) Trouxe para a cena um Batman coadjuvante (nada de novo no front) e mudo, estratégia acertada para ressaltar a incapacidade do mesmo em compreender, nesta aventura, os tortuosos caminhos do(s) protagonista(s)!
Para esta eficiente aventura, a revista traz desenhos corretos. Nada mais do que isso! É uma pena! Charlie Adlard e Grant Goleash não se arriscam em momento algum. Faltou ousadia para o editor da DC Comics. A capa atrai e, de certa forma, engana o leitor.
Há bons momentos, como a página 5 e, é claro, a "erótica" entrada em cena de uma certa ave e suas noivas, na página 21! E só!
No mais, a Mythos caprichou na impressão e papel! Uma edição correta, para uma boa história noir!
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