Autores: Denny O'Neil e Bob Haney (roteiros), Neal Adams (arte) e Dick Giordano (arte-final).

Preço: R$ 12,90

Número de Páginas: 96

Data de lançamento: Julho de 2003

Sinopse: Edição com quatro histórias do Batman desenhadas por Neal Adams, entre 1968 e 1971.

Positivo/Negativo: Desde sua criação, o Cavaleiro das Trevas já foi retratado por dezenas de grandes desenhistas. Feras como Jerry Robinson, Dick Sprang, José Luiz Garcia-López, Jim Aparo, John Byrne, Frank Miller, Brian Bolland, Norm Breyfogle, Kelley Jones, Tim Sale, Jim Lee e outros. No entanto, o posto de "número 1" (e de ídolo de vários dos artistas acima mencionados) tem dono: Neal Adams.

Se você é um leitor recente de Batman, não faz idéia da revolução que o traço e a narrativa de Adams aprontaram nas décadas de 1960 e 70. Tanto isso é verdade, que ele é idolatrado por fãs do mundo inteiro até hoje.

Por isso, este bem-cuidado álbum da Opera Graphica, todo em preto e branco, é uma ótima pedida para novos leitores e fãs saudosos. As quatro histórias (todas já publicadas no Brasil) são desenhadas por Adams, e como há um intervalo de tempo razoável entre elas, é fácil notar sua evolução.

Neal Adams é, na opinião deste escriba e de muitos outros fãs, quem melhor soube trabalhar com a capa do Batman em todos os tempos. E fez escola: o italiano Claudio Castellini, seu fã confesso, desenhava o sobretudo do personagem Nathan Never, da italiana Sergio Bonelli Editore, ao vento, em poses similares às imortalizadas por Adams. Esta série teve oito números lançados no Brasil, pela Editora Globo, em 1991. Confira a capa da edição de estréia ao lado.

Claro que o leitor acostumado às tramas atuais deve ler as quatro histórias do álbum com "espírito de anos 70", pois os roteiros eram muito mais simples. Mas nem por isso a diversão é menor.

Em O nome dele é... Hellgrammite, escrita por Bob Haney, é mostrado o primeiro encontro do Batman com o Rastejante - o super-herói amalucado alter-ego do jornalista Jack Rider, criado por Steve Ditko na década de 1960, após sair da Marvel.

As outras três aventuras foram escritas por Denny O'Neil, com quem Adams formou uma dupla de extremo sucesso. Em O segredo das covas vazias, o Cruzado Embuçado é envolvido numa trama que envolve terror e misticismo, algo praticamente esquecido hoje. A outra face do mal é uma reformulação na origem do Duas-Caras. E, finalizando, A noite do Ceifador, que batiza a edição e na qual o artista permeia as páginas com homenagens a amigos e personagens da Marvel (inclusive Destrutor, dos X-Men, cujo visual foi criado por ele), usando o artifício de uma festa à fantasia.

Outro ponto positivo de Batman - A noite do ceifador é a ótima matéria do editor Roberto Guedes, no final da revista, contando toda a carreira de Neal Adams. Um belo trabalho de pesquisa. Aliás, para curtir ainda mais as histórias, um conselho: comece a leitura por este artigo.