Título: BATMAN - ANO 100 # 1 (Panini
Comics) - Minissérie em suas edições

Autor: Paul Pope (texto e arte).

Preço: R$ 6,90

Número de Páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2006

Sinopse: Passados 100 anos da primeira aparição de um Homem-Morcego em Gotham, em 1939, um novo Batman surge numa cidade totalmente coberta por sistemas de vigilância.

Positivo/Negativo: Paul Pope ainda é pouco conhecido no Brasil. Teve obras esparsas publicadas e mais uma edição de sua brilhante minissérie 100% compilada pela Opera Graphica. Heavy Liquid, a outra mini que saiu pelo selo Vertigo, continua inédita.

Apesar da bibliografia ainda pequena, nos Estados Unidos a situação é diferente. Pope é cultuado, tanto que Batman - Ano Cem ganhou páginas na revista de tecnologia e comportamento Wired, um verdadeiro termômetro do que é cool no mundo nerd, antes mesmo de ser publicada. A publicação se dobrou ao traço xerocado e underground do autor.

Mas com Batman, personagem que já desenhou antes (em Berlim, recentemente republicada pela Opera Graphica no especial Batman - Casos Misteriosos, e em DC Especial # 4 - Batman - Preto e Branco, da Panini), parece que Pope perde a força visual de suas obras anteriores.

A culpa está no desenho, sim, mas também no trabalho do geralmente competente Jose Vilarrubia, que elimina a política de poucas cores e muita sujeira de Pope. Parece que mesmo os tons contidos do colorista, com poucos, mas fortes, contrastes, atrapalham.

Ainda que seja um grande artista, este não é o melhor trabalho de Pope. E não é só na arte que ele está menor. O roteiro - ainda que intrigante e bem desenvolvido - fica aquém das obras anteriores. Não é tão envolvente nem surpreendente. O grande lance é estar amarrado com o passado de um Batman surgido em 1939 e que foi O Cavaleiro das Trevas em 1986, ano de publicação da minissérie de Frank Miller.

No fim das contas, como na obra de Miller, 2039 também é só uma metáfora: o mundo da falta de privacidade é o nosso. E isso serve para nos lembrar que, mesmo sendo um Pope menor, Ano Cem ainda é um trabalho de Paul Pope - e isso não é pouca coisa.