BATMAN & ARQUEIRO VERDE - FUTURO VENENOSO
Autores: Dennis O'Neil (texto), Michael Netzer (traço) e Joe Rubinstein (arte-final).
Preço: R$ 7,40
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Maio de 2003
Sinopse: Batman captura um cientista ensandecido e cheio de pústulas pelo corpo, chamado Parsons, que tentava destruir um carregamento de comida para bebês.
Quando o Homem Morcego se preparava para levá-lo para prestar contas com a lei, surge o Arqueiro Verde, exigindo levar o cientista para Seattle, pois ele havia infectado Dinah Lance (a Canário Negro), depois de mordê-la num supermercado.
Como Parsons disse ter descoberto o antídoto, o Arqueiro precisa dele para salvar a vida de sua mulher. Mas a verdadeira criadora dessa infecção é uma velha conhecida de Batman, e os dois heróis terão que trabalhar juntos se quiserem descobrir a cura para Dinah Lance.
Positivo/Negativo: Para quem leu suas grandes aventuras do passado, é sempre bom rever os roteiros do veterano Dennis O'Neil. Essa história está longe de ser espetacular, mas o autor consegue torná-la interessante, justamente por saber como trabalhar com dois personagens que conhece bem demais, o Batman e o Arqueiro Verde.
Logo no início da trama, a óbvia troca de sopapos entre dois heróis (algo usual nesses crossovers) não acontece, sendo substituída por uma rápida explicação do Arqueiro sobre o caso. Em poucos diálogos, O'Neil mostra que supertipos podem, sim, usar o cérebro e não somente os músculos de vez em quando.
Quando os dois descobrem que Hera Venenosa é a verdadeira mentora do golpe que pode atingir milhares de crianças, o roteirista explora muito bem as convicções que movem os protagonistas. Batman deixa o Arqueiro Verde para trás para perseguir um caminhão cheio de comida para bebês infectada, mesmo sabendo que uma velha companheira de luta contra o crime pode morrer. Para justificar sua decisão, apenas indaga: "Uma vida contra centenas?"
No final da história, ao descobrir o homem que engendrou o plano junto com Hera e revelar-lhe o seu futuro, Batman demonstra a frieza de tempos antigos.
Enquanto isso, Oliver Queen age movido pelo coração, e diz que o Cavaleiro das Trevas "não pode entender isso". Assim mesmo podendo ser infectado, arranca a veste de proteção que o atrapalhava na luta contra o capanga da Hera, para tentar obter o antídoto.
Pena que os desenhos de Michael Netzer não sejam dos melhores. Ele diagrama bem suas páginas, mas as expressões faciais e a anatomia são ruins. Além disso, abusa da repetição. Pra se ter uma idéia, Hera Venenosa aparece seis vezes na revista chupando o dedo indicador. É certo que a vilã é sensualíssima, mas ela certamente conheceria outros trejeitos para demonstrar isso.
A capa do Batman também é retratada de forma absurda em vários quadros. Na página 38, último quadro, Netzer erra feio na projeção da sombra do Batman, pois, na posição em que o herói se encontrava e no ponto onde o desenhista colocou a "luz" da cena, era impossível formar o símbolo do morcego no solo. Com certeza, esse encontro ganharia muito mais brilho nas mãos talentosas de Neal Adams, que retratava os dos personagens com mestria.
A edição da Mythos está bem cuidada. O único deslize está na página 22, onde há dois erros no mesmo balão: "...das pouca horas que dormi... você nunca tirou a mascar". Evidente que há um problema de concordância na primeira frase (poucas deveria estar no plural) e "máscara" foi grafado equivocadamente, transformando-se no verbo mascar.
Classificação: