BATMAN BI # 1
Autores: O mistério dos inimigos alados - Bill Finger (história),
Dick Sprang e Charles Paris (arte);
Um guarda mecânico - Bill Finger (história), Bob Kane (apenas rostos
e detalhes dos protagonistas), Lew Schwartz e Charles Paris (arte);
Um companheiro para Batman - Bill Finger (história), Bob Kane (apenas
rostos e detalhes dos protagonistas), Lew Schwartz e Charles Paris (arte);
O Clube do Perigo - Edmond Hamilton (história), Bob Kane (apenas
rostos e detalhes dos protagonistas), Lew Schwartz e Charles Paris (arte);
Um detetive em cadeira de rodas - Escritor não identificado, Bob
Kane (desenho dos rostos), Lew Schwartz e Charles Paris (arte).
Preço: Cr$ 300,00 (preço da época)
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Abril de 1965
Sinopse: Várias histórias nas quais Batman utiliza de sua astúcia
e técnica superiores para dar lições em bandidos e/ou em personagens que
por algum motivo duvidaram dele.
Positivo/Negativo: Aventuras típicas da Era de Prata dos quadrinhos,
situações que mesclam absurdo com ingenuidade e das quais os heróis sempre
se safam usando as mais esdrúxulas explicações.
Os roteiros seguiam sempre a mesma fórmula: o herói precisa resolver uma
situação calamitosa. Raramente se via um subplot. Diferente das
boas histórias modernas, nas quais muitas vezes o conflito interno e as
dúvidas do protagonista são suas principais motivações e dificuldades.
A representação da força opositora das histórias dessa época era quase
sempre um vilão que precisa ser derrotado para que o herói obtenha sucesso
em sua empreitada.
O sentido maniqueísta dado aos roteiros era quase palpável, o herói era
sempre retratado como perfeito, querido e respeitado por todos. Forte,
inteligente, boa pinta, um sujeito que inspira confiança. Por outro lado,
os vilões eram feios, de inteligência questionável e impunham respeito
pelo uso da força bruta.
Um detalhe curioso, é que o vilão, em geral, tinha muito mais noção de
seus conflitos internos que o herói, fato que foi maravilhosamente tratado
na história a Piada Mortal.
Outra característica recorrente nessas aventuras da época, sobretudo as
detetivescas do Batman, era deixar pistas ao longo das histórias, um artifício
que facilita a estruturação do roteiro e mantém o leitor atento.
Infelizmente, na maioria das vezes, as dicas eram tão esdrúxulas e pueris
que se tornavam ininteligíveis, e o último quadrinho tinha que ser usado
para explicar a resolução do caso. Diferente do que é feito em muitos
roteiros atuais, quase sempre o herói sabia mais sobre a trama que o leitor.
Era muito rara a introdução de elipses (omissões voluntárias de uma informação
ou parte da história) para que o leitor completasse as lacunas com seu
entendimento. Esse recurso serve para dar fluidez e ritmo, acelerando
a narrativa. Will Eisner, Alan Moore, Neil Gaiman e, mais recentemente,
Brian Azzarello, Brian Brendis, J. M. Straczynski entre outros, usam com
mestria esse conceito, permitindo ao fã interagir não só com a narrativa,
mas com a própria trama.
O uso das elipses serve ainda para postergar dados que levariam o leitor
a concluir prematuramente o desfecho da história, evitar repetições e,
claro, montar o cenário para o gran finale.
Como era comum na época, a Ebal não colocou os créditos na revista.
Aliás, nas edições originais de O mistério dos inimigos alados
e Um detetive em cadeira de rodas (Batman # 61, de 1950),
Um companheiro para Batman (Batman # 65, de 1951), Um
guarda mecânico (Batman # 70, de 1952) e O Clube do Perigo
(Batman # 76, de 1953), os créditos estão errados ou ausentes.
Quando da publicação de Batman: The Dark Knight Archives - Volume 14
(Batman # 64-69), Volume 15 (Batman # 70-75) e Volume
16 (Batman # 76-82), esses erros foram paulatinamente sendo
corrigidos.
A capa é do brasileiro Mário José de Lima, desenhista da Ebal.
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