BATMAN - GOTHIC
Título: BATMAN - GOTHIC (Editora
Abril) - Minissérie em cinco edições semanais
Autores: Grant Morrison (roteiro), Klaus Janson (arte) e Steve
Buccellato (cores).
Preço: Cr$ 450,00 (preço da época)
Número de páginas: 32 (por edição)
Data de lançamento: Julho de 1991
Sinopse:
Nas ruas de Gotham um homem misterioso busca vingança contra aqueles que
o mataram(!). E para detê-lo, os criminosos terão que recorrer a um certo
Homem-Morcego.
Positivo/Negativo: Publicada originalmente na revista Batman
- Legends of Dark Knight # 6 a 10, em 1989, Gothic é um dos
primeiros trabalhos de Grant Morrison para a DC Comics.
No Brasil, ela (e várias outras sagas do título norte-americano) foi publicada
pela Abril dentro da série Um Conto de Batman, que tinha
ótima qualidade gráfica e, na maioria das vezes, excelentes histórias
do personagem.
A trama começa com uma vingança e, em seguida, mostra Batman como um Hamlet
moderno. Só que em vez de conversar pelas dependências de um castelo com
o fantasma do pai assassinado, ele o encontra em seus sonhos.
E se o pai do príncipe da Dinamarca contava ao filho quem fora seu traiçoeiro
assassino, Thomas Wayne parece querer avisar Bruce do mal que está por
vir.
Além de Shakespeare, Morrison utiliza-se de outras referências literárias,
como o poema A Balada do Antigo Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge,
o Fausto de Goethe e Don Giovanni, criado originalmente
por Tirso de Molina e imortalizado na ópera homônima de Wolfgang Amadeus
Mozart.
Para resumir a história, vale reproduzir o que o próprio Batman diz em
certo momento: "Um homem sem sombra que viveu há trezentos anos! Sonhos!
Fantasmas! Crianças assassinadas e arquitetura ocultista! Como tudo isso
se relaciona?".
Mesmo com tantos elementos distintos e sérios, o roteirista consegue fazer
um texto extremamente ágil e envolvente.
Merece menção o Alfred extremamente sarcástico ("Absolutamente aterrador,
patrão Bruce! É interessante saber que, apesar dessas experiências desagradáveis,
o senhor cresceu radiantemente normal...") e a armadilha que o vilão utiliza
para dar um fim ao Cruzado Encapuzado.
Se com "armadilha" você pensou em algo similar às vistas na série de televisão
dos anos 1960, acertou em cheio. A bem da verdade, esta é tão elaborada
que se assemelha mais a algumas do desenho Tom & Jerry. De um modo
ou de outro, um ótimo momento.
Quanto à arte, o trabalho de Klaus Janson está muito bom, principalmente
nos detalhes da Catedral de Gotham e no visual detalhado da cidade como
um todo. As cores de Buccellato também contribuem bastante para a beleza
geral da minissérie.
Classificação: