Batman - Lendas do Cavaleiro das Trevas - Alan Davis - Volume 2
Editora: Panini Comics – Edição especial
Autores: Mike W. Barr (roteiro), Alan Davis (desenhos), Paul Neary e Mark Farmer (arte-final) – Originalmente em Detective Comics # 573 a # 575 (1987), Batman – Full Circle # 1 (1991), Batman – Gotham Knights # 25 (2002).
Preço: R$ 22,90
Número de páginas: 144
Data de lançamento: Novembro de 2014
Sinopse
O Chapeleiro Louco pendura o chapéu – Regenerado, o Chapeleiro Louco deixa o Asilo Arkham, mas Batman e Robin não confiam plenamente nessa mudança.
...Meu começo... e meu provável fim – Enquanto Robin está entre a vida e a morte, Batman e a doutora Leslie Thompkins lembram os primeiros passos do Homem-Morcego e debatem a validade de suas escolhas.
Batman – Ano dois – Um antigo justiceiro, o Ceifador, está de volta. E matando bandidos de rua. Batman vai enfrentá-lo.
Círculo completo – Agora com Dick Grayson recém em campo como Robin, o Homem-Morcego precisa investigar o Ceifador.
Saideira no McSurley’s – Crimes são combinados na espelunca McSurley’s, mas são sempre frustrados pelo Batman, que frequenta o local disfarçado.
Positivo/Negativo
Esta edição traz os três últimos trabalhos do trio Mike W. Barr, Alan Davis e Paul Neary em Detective Comics, em 1987. A história autocontida com o Chapeleiro Louco tem um desdobramento importante: Robin é ferido, o que leva o Morcego a discutir com a doutora Leslie Thompkins, que cuida de uma clínica no Beco do Crime, mantida pela Fundação Wayne.
Criada por Dick Giordano e Dennis O’Neil, em 1976, Leslie aparece com grande importância no álbum. Aqui, é mais do que uma amiga e confidente do Batman: ela se tornou sua mãe adotiva após o crime que mudou a história de Bruce Wayne. E não apenas ouve o herói, mas o questiona com autoridade.
A aventura também é usada para recontar a origem do Batman, com o detalhe de que o assassinato é visto em primeira pessoa, pelos olhos do garoto. Também há uma revisita às motivações pelas quais Jason Todd se tornou o segundo Robin. E as primeiras páginas são uma bela sequência que mostra a deterioração da região que, de bairro chique, ficou conhecida como Beco do Crime.
A edição é de maio de 1987. Curiosamente, é exatamente do período em que Frank Miller e David Mazzucchelli recontavam à sua maneira a origem do herói em Batman – Ano um, na revista Batman. Há tons e detalhes diferentes entre uma e outra, mostrando que não houve um planejamento comum às duas equipes criativas.
E isso, de alguma maneira, levou Davis a deixar o título do Cavaleiro das Trevas, depois da história seguinte, que foi o primeiro capítulo dos quatro de Batman – Ano dois, que, naturalmente, se passa antes das anteriores.
A trama tinha uma ligação direta com o assassinato dos pais de Bruce; e as discrepâncias entre a versão de Davis e Barr e a de Miller e Mazzucchelli foram colocadas na mesa. Davis não quis mudar a sua, deixou o título e o arco foi completado por Todd McFarlane.
O que leva à estranha situação de apenas a primeira parte de Ano dois estar nesta encadernação. A história ficou incompleta e o alento acaba sendo Círculo Completo, lançada originalmente em 1991, em edição única. Nela, Batman tem a companhia de Dick Grayson como o primeiro Robin, e os dois estão envolvidos no retorno do Ceifador.
Para Barr e Davis, não há grandes diferenças entre os Robins de Dick Grayson e Jason Todd – até os penteados são semelhantes. O relacionamento mais para professor-aluno entre os heróis também é parecido.
Uma diferença visual importante é no arte-finalista: em vez de Paul Neary, Mark Farmer, que deu um tom mais realista e sombrio do que o cartunesco e colorido usado até então.
A história retoma com inteligência alguns personagens e elementos da fase de Barr e Davis em Detective Comics. Como é uma trama que se passa antes desse período, a dupla se diverte e aproveita para mostrar uma cena que havia se passado na birosca McSurley’s e que até então tinha sido apenas citada: Batman passando por um segurança grandalhão, mas bem burro, com uma piada infame.
Saideira no McSurley’s é uma HQ curta e em preto e branco, de 2002, que mostra o apreço de Barr e Davis por essa ambientação: um boteco de criminosos onde o dono já recebe Batman pela porta da frente, como uma visita recorrente.
Ignorado por outros autores, com Barr e Davis, o McSurley’s foi coadjuvante de luxo e, aqui, protagonista, com parte da trama sendo sobre sua ameaça de fechamento. Era um cenário ótimo, que combinava vilania e personagens que, no fundo, tinham bom coração.
A trama fecha o ciclo dos autores que buscavam um Batman que combinava seriedade e um ar mais leve, algo que infelizmente anda meio esquecido nas tramas não raro pretensiosas e/ou sensacionalistas do Homem-Morcego.
Classificação