BATMAN MANGÁ - VOLUME 1 # 1
Autor: Kia Asamiya (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Março de 2001
Sinopse: Uma equipe jornalística da televisão japonesa vai até Gotham City. Capitaneada pela repórter Yuko Yagui, tem a difícil missão de entrevistar Batman, enquanto o herói lida com um caso bizarro que pode envolver seus piores inimigos.
Positivo/Negativo: No início da década de 2000, os mangás ainda não tinham grande impacto no Ocidente, mas já começavam a afiar e apontar suas "armas" para cá.
Tanto norte-americanos quanto brasileiros estavam maravilhados com Dragon Ball e Pokémon e os gibis japoneses vendiam cifras invejáveis para o já decadente mercado de super-heróis.
Pensando nisso, a DC convocou o renomado Kia Asamiya para uma HQ de Batman em mangá. O gibi visava mais ao mercado japonês, mas tinha a intenção de ser lançado no Ocidente a seguir.
Essa versão oriental poderia ser perfeitamente um arco convencional das histórias do Cavaleiro das Trevas. Nela, uma repórter japonesa vai a Gotham atrás de uma entrevista com o Batman.
Enquanto ela persegue o herói, diversos vilões famosos vão atacando a cidade. Só que ao serem presos, descobre-se que os bandidos são impostores afetados por uma droga chamada Fanatismo, que os consome até a morte.
O roteiro não é inovador ou elaborado, mas é bem amarrado. O objetivo de aproximar o Homem-Morcego da cultura japonesa é concretizado sem a necessidade de apelar para a paródia, como foi visto no famigerado Marvel Mangá.
A arte de Kia Asamiya é competente, sua narrativa é cinematográfica, favorecendo a ação e usando muitos quadros para a passagem do tempo. O trabalho do autor, entretanto, fica comprometido pela opção de reproduzir as páginas espelhadas, com uma leitura ocidental, ou seja da esquerda para a direita.
Dessa maneira, todos os personagens destros ficam canhotos e vice-versa. Pior foi o Duas-Caras, que teve trocado o lado deformado do rosto. Além disso, quadros vazados para fora das páginas, com a inversão, ficam para a dobra da revista.
As onomatopeias foram reproduzidas tal qual o original, mas as ocidentais foram colocadas por cima delas.
O trabalho editorial da época também era muito fraco para mangás. Não há nenhum texto introdutório ou notas explicativas. Graficamente, todas as páginas apresentam "quadriculados" no fundo, resultado do chamado efeito moiré, oriundo de escaneamentos mal feitos.
Apesar disso, é muito interessante conferir Batman Mangá e notar como a publicação do material japonês evoluiu tanto no Brasil quando nos Estados Unidos.
Classificação: