BATMAN MANGÁ – VOLUME 2 # 1
Editora: Mythos - Minissérie em duas edições
Autores: Kia Asamiya (roteiro, desenhos e capa) e Alexandre Jubran (colorização da capa) - Originalmente publicado em Batman - Child of Dreams - Volume 2, em 2001.
Preço: R$ 5,50
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Junho de 2002
Sinopse
Gotham City foi um campo de testes para a toxina conhecida como "Fanatismo", substância provocadora dos efeitos da Droga dos sonhos, que transformava pessoas comuns em quem elas desejassem ser.
Com isso, versões transmutadas dos piores vilões de Batman atacaram a cidade em pouco menos de uma semana, morrendo em seguida de causas tão misteriosas quanto a origem do entorpecente.
Após enfrentar uma cópia de si mesmo - que revelou ser ninguém menos que o produtor e diretor Nagai, da equipe de reportagem capitaneada pela jornalista japonesa Yuko Yagui -, o verdadeiro Batman prepara-se para investigar o mal pela raiz. Assim, parte rumo à terra do sol nascente.
Como Bruce Wayne, passa a averiguar a história da Farmacêutica Tomioka e de seu dono, Kenji Tomioka, um homem decrépito e com verdadeiro fanatismo pelo defensor de Gotham, que pode esconder uma mortal armadilha.
Positivo/Negativo
Continuação imediata dos eventos ocorridos na minissérie Batman Mangá - Volume 1 (veja aqui e aqui as resenhas das edições), esta nova incursão do mangaká Kia Asamiya dá prosseguimento à louca trama acerca do mistério da Droga dos Sonhos, logo após a morte de Nagai e o retorno de Yuko ao seu lar.
Agora de posse dos conhecimentos necessários, Bruce Wayne aporta no outro lado do mundo com o pretexto de rever Yuko, com quem manteve um ligeiro flerte enquanto ambos estavam em Gotham.
Em um encontro informal, lhe é revelado que a repórter é sobrinha de Kenji Tomioka, filantropo e dono de uma megacorporação que estuda e produz drogas lícitas experimentais para combater doenças degenerativas.
Porém, o maior interesse de Tomioka nada tem a ver com aperfeiçoamento da medicina preventiva: o presidente da companhia possui verdadeira paixão pelo mítico Batman, chegando ao ponto de questionar dubiamente se a identidade secreta do herói não seria o seu convidado de Gotham, com quem trava negócios.
Quem acompanhou a minissérie anterior logo consegue antecipar a identidade do misterioso figurante que "comandou" as ações de Nagai na América e mata logo essa charada.
Asamiya não é afeito aos mistérios e prorrogações em seu roteiro, como fica claro nos acontecimentos desta primeira parte, carregada de diálogos elucidativos e carentes de ação. Tanto que trata logo de estabelecer o porquê do fascínio de Yuko pelo Batman, visto que o herói a salvou, ainda pequena e na companhia dos pais, em sua primeira visita à cidade de Gotham.
Uma clara alusão à própria origem do Morcego.
O final do primeiro capítulo, por si só, já deixa transparecer também quem é a "misteriosa" Mulher-Gato que aparece tanto nas duas últimas páginas como na própria capa da publicação.
Seu destaque como artista fica por conta do seu traço ousado, com ângulos cinematográficos e focos em detalhes específicos ou dramáticos em várias cenas, além dos conhecidos close-ups nos personagens - dando nítida preferência em retratá-los de perfil, com raras tomadas frontais.
O trabalho editorial realizado foi mais caprichado do que na primeira minissérie. Há um competente texto introdutório dos acontecimentos passados logo na segunda capa (situando eventuais leitores que pegaram o bonde em movimento) e a primeira parte de uma entrevista com o autor oriental, no final.
Como maior deslize, a revisão deixou passar um "conhecêr" na página 33.
No aspecto gráfico, a impressão leviana deixa facilmente escorrer a tinta nos dedos - típica consequência quando se trabalha com papel jornal de qualidade duvidosa, ainda mais numa história em preto e branco. A bela colorização feita pelo artista nacional Alexandre Jubran na capa, por sua vez, minora esse vacilo.
Classificação: