Batman - Noël
Editora: DC Comics - Edição especial
Autor: Lee Bermejo (roteiro e arte).
Preço: US$ 22,99 (capa dura)
Número de páginas: 112
Data de lançamento: Novembro de 2011
Sinopse
Na época do Natal, Batman se vê perseguindo um dos capangas do Coringa, tentando localizar, sem sucesso, o paradeiro do Palhaço do Crime e passando o resto da noite em busca de pistas.
Enquanto isso, ele depara com três figuras peculiares que vão apresentar a ele os fantasmas de seu passado, presente e futuro, e talvez ensinar ao Morcego o verdadeiro sentido do Natal.
Positivo/Negativo
Em 2003, durante a 15ª temporada de Os Simpsons, a família amarela fez uma brincadeira sobre a elevada quantidade de adaptações de Um conto de Natal, de Charles Dickens. Em dado momento, é dito o quanto roteiristas de televisão vem há décadas "ordenhando essa vaca".
E, de fato, desde 1843, a quantidade de vezes em que o livro foi adaptado é surpreendente, como mostra a longa página do Wikipedia, presumidamente todas as versões já feitas – veja aqui.
Isso faz com que a história seja tão conhecida – e previsível –, que haja uma saturação para novas versões deste trabalho. Mesmo assim, elas continuam a sair, com resultados bons e ruins.
E os piores surgem justamente quando uma história tão universalmente conhecida serve apenas como muleta para sustentar a enorme falta de argumento, ideias e roteiro, como acontece nesta versão de Lee Bermejo.
Ao ler Noël, fica bem claro o quão raso o roteiro é – e o quanto bebe da fonte de Dickens –, a ponto de Bermejo não se dar ao trabalho de mudar nomes, achando pertinente uma narração em off contando a história do velho Scrooge (Batman).
Mais que isso: as boas ideias parecem se perder na falta de contexto. Como a Mulher-Gato representando uma ideia dos tempos mais simples, da Era de Ouro (com os elaborados planos para prender o Morcego e o Menino-Prodígio), mas que falha na execução – e na caracterização.
Caracterização inclusive é o grande problema do roteiro de Bermejo, que parece sempre confuso entre o que são os personagens da DC e o que são os de Dickens, e como transitar entre um e outro.
Está tudo perdido, neste encadernado?
Felizmente, não. A arte, como nos anteriores Lex Luthor – Homem de Aço (2005) e Coringa (2008), segue espetacular, e em alguns momentos consegue entregar suas melhores páginas até o momento, e a colorização tem uma participação bastante especial nisso.
Pena que não é suficiente para salvar este trabalho de ser medíocre.
Classificação