BATMAN SAGA #7
Título: BATMAN SAGA # 7 (Opera Graphica)
Autores: Cuidado com os olhos do Barão Tyme! - Gerry Conway (roteiro), Steve Ditko (desenhos), Al Milgrom (arte-final) e Alex Guimarães (cor);
A noite em que Batman descansou - Mike Friedrich (roteiro), Neal Adams (desenhos), Dick Giordano (arte-final) e Alex Guimarães (cor).
Preço: R$ 7,90
Número de páginas: 28
Data de lançamento: Dezembro de 2003.
Sinopse: Cuidado com os olhos do Barão Tyme! - O misterioso Barão Tyme usa seus dons arcanos para transformar Francine Langstrom em She-Bat, e obrigá-la a matar em seu nome.
Para deter sua esposa, Kirk Langstrom mais uma vez abdica de sua humanidade, para se tornar o Morcego Humano. Mas o caminho dos dois vai cruzar com o de Batman...
A noite em que Batman descansou - É véspera de natal em Gotham City, e Batman é convidado pelo Comissário Gordon a ficar na delegacia, em vez de patrulhar as ruas. Mas será que a paz realmente reinará nessa... noite feliz?
Positivo/Negativo: Nada de vilões misteriosos tramando engenhosos planos para dilacerar a vida do Cavaleiro das Trevas. Nada de inimigos tão violentos que seriam capazes de quebrar a coluna vertebral do herói. Não! Quando a Opera Graphica decidiu lançar a revista mensal Batman Saga, sabia que ela se destinaria a um público mais saudosista, interessado em rever histórias antigas e descompromissadas.
Portanto, se quem está acostumado às fases mais recentes do Morcego não se "desconectar" dos tempos modernos, certamente achará as tramas bisonhas. Mas é preciso levar isso em consideração que são histórias produzidas há quase 30 anos, e os tempos eram outros.
Os diálogos são quase sempre pueris, com tramas fáceis e manjadas. No entanto, o aspecto nostálgico torna algumas passagens impagáveis. Afinal, seria possível imaginar, hoje, o Batman cantando músicas de natal com o coro da polícia, em plena véspera de natal? Sem chance!
Sobre a edição, na primeira história, Batman é praticamente um coadjuvante, pois quem toma as rédeas da situação (até porque é sua esposa que está em apuros) é o Morcego Humano. Os desenhos de Steve Ditko, que eram pra ser o destaque da aventura, não empolgam em momento algum. É verdade que a arte foi bastante prejudicada pela colorização ruim feita pela editora brasileira (as histórias são escaneadas das edições originais americanas, bastante antigas).
Em algumas passagens, inclusive, as cores desvirtuaram a cena original, como na página 16, quando, absolutamente do nada, surge no rosto do Barão Tyme um bigode ruivo (detalhe: ele não usa bigode)!
Na segunda aventura, as cores de Alex Guimarães estão melhores, e dão ao espetacular traço de Neal Adams um charme anda maior. Aliás, vale prestar atenção aos ângulos usados pelo desenhista para mostrar cada cena, à diagramação das páginas, à disposição dos quadros,e à sutileza da efígie do morcego formada pelo movimento das águas, na página 27. Um show!
Nessa história, apesar do tom piegas de cantoria natalina, também é bem interessante a maneira que Mike Friedrich encontrou para mostrar o quanto a "presença" do Batman é importante na cidade, mesmo quando o herói está longe das ruas.
Alguns erros de grafia da revista poderiam ter sido evitados com uma simples verificação de um corretor ortográfico. Confira:
Página 6: "como uma bestial máscara..."
Página 10, último balão: o nome de Francine aparece grafado como "Frnacine", e a frase "Ela está mundando", evidentemente, tem um "n" sobrando na última palavra.
Página 19: "Tenho que salva-lo...". Faltou o acento agudo em "salvá-lo".
Página 30 (seção de cartas): "...histórias já reeditas...". Reeditadas seria o correto.
Outro ponto negativo é a capa da edição. Muito fraca! Lembra aqueles desenhos de super-heróis em embalagens de produtos que nada tinham a ver com suas revistas.
Na seção de cartas, o editor Roberto Guedes responde a um leitor que também se queixa das cores que, devido ao resultado do trabalho estar ficando aquém do esperado, a partir de janeiro, a Opera Graphica publicará apenas histórias já reeditadas nos Estados Unidos (o que não vinha acontecendo), inclusive com o colorido original.
Por fim, merecem um elogio especial as tiras da seção Opera Bar, na terceira capa da revista. Franco de Rosa (texto) e Vanderfel (traço) fazem piadas com super-heróis famosos, e o resultado, quase sempre, é divertidíssimo.
Classificação: