Batman Unauthorized
Editora: BenBella Books – Livro teórico
Autor: Dennis O’Neil (editor).
Preço: U$ 17,95
Número de páginas: 232
Data de lançamento: 2008
Sinopse
Coletânea de artigos explorando o mito de Batman em suas diversas encarnações ao longo das eras.
Positivo/Negativo
O Homem-Morcego vivia um excelente momento em 2008, quando foi lançado o livro Batman Unauthorized, organizado pelo legendário Dennis O’Neil. O personagem fora reinventado para o grande público anos antes, no fenômeno de público e crítica Batman Begins, dirigido por Christopher Nolan e estrelado por Christian Bale, que deu novo fôlego às produções inspiradas em super-heróis de quadrinhos no cinema.
O mundo aguardava a sequência Batman – O Cavaleiro das Trevas, que se revelou uma aventura ainda mais impactante que o filme de 2005.
Nos quadrinhos, o roteirista Grant Morrison imprimia seus conceitos inovadores ao alter ego de Bruce Wayne, que seguia por direções inusitadas.
Foi nesse contexto que a Benbella Books dedicou um volume de sua série Smart Pop ao defensor de Gotham City, com a proposta de apresentar artigos aprofundados e novas interpretações sobre o herói.
A editora já contava com livros dedicados a Superman, Star Wars e James Bond, dentre outros, e mergulhar no universo de Batman foi um grande acerto. Ainda mais significativo é que Batman Unauthorized contou com a coordenação de Dennis O’Neil, um dos mais importantes roteiristas e editores do personagem em sua trajetória.
As discussões do livro abordam o Cavaleiro das Trevas em suas mais diversas encarnações, entre quadrinhos e adaptações para mídias diversas, e o empenho dos articulistas em pesquisa e conhecimento do tema impressiona.
Vale afirmar que as opiniões defendidas fogem do lugar-comum, com o potencial de turbinar a polêmica entre os fãs. O autor Geoff Klock, por exemplo, defende em seu artigo sobre Frank Miller os trabalhos mais recentes do autor, como a inacreditável Grandes Astros - Batman e Robin. Segundo ele, Miller estaria desconstruindo sua própria obra original com o Morcego, dando assim continuidade ao ciclo evolutivo da arte.
Há espaço para tudo, portanto, e o que vale são os argumentos de cada autor.
Holy Signifier, Batman aponta para a importância do divertido seriado dos anos 1960 para a permanência do vigilante no imaginário coletivo, que seria superior a todas as suas outras versões. Mesmo que não se concorde com o ponto de vista do autor Nick Mamatas, a leitura é interessante.
Ainda mais controverso é o capítulo assinado por Kristine Kathrin Rusch, que compara as ações de Batman às do ex-presidente norte-americano George W. Bush. Por outro lado, o roteirista Mike W.Barr investe no passado das histórias de ficção científica estreladas pelo Morcego em décadas anteriores, cheias de viagens no tempo e no espaço. Curioso que ele afirma estarem essas aventuras cheias de alienígenas e seres bizarros entre aquelas que melhor definiram a essência do Cruzado Encapuzado, com argumentação convincente. Não é para menos que o insano Grant Morrison tratou de resgatar tais conceitos em sua atual fase.
Já os coloridos filmes dirigidos por Joel Schumaker, que marcaram a interpretação de Val Kilmer e George Clooney no papel central, parecem mesmo universalmente odiados. O ponto mais baixo da existência de Batman, enfim.
Mas nada surpreende mais que as três paródias mostradas em To the batpole!, de Alex Bledsoe. O autor imagina a primeira conversa sobre sexo entre o fiel mordomo Alfred e um jovem Bruce Wayne, nos contextos do seriado televisivo sessentista, dos filmes de Tim Burton e, finalmente, do universo de Christopher Nolan. E o resultado é hilário!
No início de cada capítulo, há uma introdução de Dennis O’Neil, na qual o editor confronta as ideias de cada colaborador do projeto com sua própria experiência à frente do mito, enriquecendo bastante a leitura.
Para os fanáticos pelo Homem-Morcego, que gostam de passar horas discutindo sobre o herói e devoram suas aventuras a cada mês, Batman Unauthorized é recomendado com louvor.
Classificação