BATMAN/SPAWN - GUERRA INFERNAL
Editora: Abril Jovem - Edição especial
Autores: Doug Moench, Chuck Dixon e Alan Grant (roteiro), Klaus Janson (desenhos, arte-final e capa) e Steve Buccellato (colorização da capa) - Originalmente publicado em Batman/Spawn - War Devil, em 1994.
Preço: R$ 3,90 (preço da época)
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Novembro de 1998
Sinopse
Uma sinistra maldição ancestral paira sobre Gotham, ameaçando levar a cidade a uma verdadeira guerra infernal de proporções incalculáveis. Para impedir a iminente catástrofe, Batman recorre à ajuda do mais valoroso soldado do inferno, Spawn.
Mas será ele um aliado ou uma ameaça ainda maior?
Positivo/Negativo
Com um langoroso e reconhecido pingo de esforço, este segundo encontro entre Batman e Spawn apresentou algo que faltou copiosamente ao primeiro: um roteiro, por mais simples e forçado que seja.
Justamente o que o aclamado Frank Miller passou bem longe de fazer.
Nesse quesito, a tarefa coube a um trio bastante conhecido: Chuck Dixon, Doug Moench e Alan Grant, três dos mais afamados escritores no comando de várias histórias do Morcego dos anos 80 e 90.
Mesmo com várias "bat-histórias" de qualidade em seu currículo, o grupo pouco fez neste novo confronto dos personagens, no máximo gerando uma narrativa mais proveitosa que sua antecessora. O que, em última análise, não significa quase nada.
Trata-se de mais uma livre interpretação da lenda sobre a colônia perdida de Roanoke, no final do Século 16, onde ocorreu o ainda controverso sumiço de uma centena de habitantes locais.
Dentre algumas pistas menos esclarecedoras, uma se destaca pelo forte teor misterioso: a palavra Croatoan, entalhada no alto de uma árvore - e no local, onde, desde então, surgiram lendas e teorias sobre o significado do termo e do destino daqueles que ali viviam.
Segundo consta nesta versão em quadrinhos, a própria Gotham teria sido erguida sobre o terreno amaldiçoado. Uma profecia está prestes a se realizar para liberar uma antiga entidade demoníaca, que deseja angariar Spawn para o seu lado quando o Armagedom começar.
A receita é aquela velha conhecida: luta rápida e inconclusiva entre os heróis, trégua e a batalha conjunta contra o mal. Fim.
Não é a primeira vez que a cidade ganha raízes ocultistas e macabras. Em sua fase à frente dos roteiros do Monstro do Pântano (edição # 53, de 1986), Alan Moore arriscou criar um conto sobre as tensas origens do lar de Batman. Desde então, tal HQ é fonte primaz para qualquer escritor que enverede pelo mesmo caminho.
Sobre a arte, há pouco a comentar. Klaus Janson nunca teve uma faceta desenhista das mais tarimbadas, sendo mais bem aproveitado na arte-final, na qual realmente se destaca e ganhou fama no mercado.
Se esse último aspecto artístico tivesse sido realizado por outro profissional, talvez, aqui, seus desenhos ganhassem melhores contornos e pouco comprometessem.
E o terceiro encontro entre Batman e Spawn, prometido desde o final de 2006? Até agora, somente foi mostrado em alguns pin-ups assinados por Greg Capullo e numa bela estatueta de porcelana pela McFarlane Toys.
Talvez algum dia seja publicado, mas já nasceria com o estigma de melhorar a parca qualidade da franquia até então.
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