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Reviews

BATU # 1

1 dezembro 2010

BATU # 1

Editora: Zarabatana - Edição especial

Autor: Tute (texto e arte).

Preço: R$ 33,00

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Outubro de 2010

 

Sinopse

Batu é um garoto de cabelos ruivos, cheio de vida, imaginação e que costuma fazer comentários inspirados e divertidos sobre o seu dia a dia e as situações em que se mete, acompanhado de seu cãozinho azul Tútum e seu amigo nerd Boris.

Positivo/Negativo

Este álbum é mais um fruto da bem-vinda descoberta dos quadrinhos argentinos pelos editores brasileiros, em especial a Zarabatana, que iniciou esse movimento com o ótimo Macanudo, de Liniers. E, a exemplo de seu compatriota, Tute (cujo nome real é Juan Matías Loiseau) não decepciona.

O autor, que é filho do cartunista Caloi, publica as tiras de Batu no jornal La Nación e cartuns em diversos periódicos de países da América Latina, dos Estados Unidos e da França. Além disso, escreve tangos, tem dois livros de poesias e realizou dois curtas-metragens premiados em festivais internacionais. Ou seja, tem a arte nas veias.

Logo no começo deste álbum de estreia, fica claro que Tute desenha Batu à sua imagem, quando era garoto. Isso explica o cabelo esquisito, aliás. Mas sua arte nem chama tanto a atenção. Pelo contrário, é bem simples e, em termos de qualidade, inferior ao texto, que é o ponto forte da série.

As tiras de Batu, sempre com altura equivalente a duas das publicadas nos jornais brasileiros, guardam semelhanças evidentes com trabalhos famosos do gênero, como Calvin & Haroldo (o protagonista tem um cachorro de estimação que fala, é perseguido por monstros e faz viagens imaginárias) e Peanuts (adultos não têm seu rosto revelado). Mas, ainda assim, demonstram personalidade.

Batu, por exemplo, é mais carinhoso do que Calvin. Ele demonstra amor com absoluta naturalidade, o que garante duas sequências incríveis: uma em que "paquera" a mãe e outra, tocante, em que vai ao céu em busca da avó já falecida. E essa emoção mais aparente contrasta com momentos de traquinagens típicas da infância.

Outro destaque é o coadjuvante Boris. O pequeno nerd, apesar de engraçado, dá vazão para o autor explorar angústias familiares cada vez mais comuns, como pais que enchem os filhos de tecnologia, mas esquecem do básico: carinho, amor. O garoto é um solitário de marca maior, em busca de um espaço que não encontra em sua própria casa.

Pena que o desenho de Tute não esteja no nível do roteiro - tanto que, pela capa, é difícil se saber se Batu é menino, menina ou um cogumelo! Mesmo assim, o álbum é uma leitura tão descompromissada quanto prazerosa, reforçada pelo bom trabalho editorial da Zarabatana.

Classificação:

4,0

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