BIBLIOTECA HISTÓRICA MARVEL – O INVENCÍVEL HOMEM DE FERRO - VOLUME 1
Editora: Panini Comics - Edição especial
Autores: Stan Lee, Larry Lieber e Robert Bernstein (texto), Don Heck, Jack Kirby e Steve Ditko (arte) e Don Heck, Dick Ayers e Paul Reinman (arte-final).
Preço: R$ 49,00
Número de páginas: 200
Data de lançamento: 2008
Sinopse
Durante a Guerra do Vietnã, o industrial norte-americano Tony Stark é capturado pelos vietcongues e cria uma poderosa armadura para escapar do cativeiro e manter seu fraco coração batendo. Surge, assim, o Homem de Ferro, um dos maiores heróis que o mundo já vira.
Esta edição reúne as primeiras aventuras do personagem, publicadas em Tales of Suspense # 39 a # 50.
Positivo/Negativo
Em 1963, os Estados Unidos começaram a aumentar seus efetivos militares na guerra do Vietnã. A Marvel resolveu capitalizar em cima disso e Stan Lee criou o Homem de Ferro, um herói feito sob medida para combater o "perigo vermelho".
A maioria das aventuras do personagem nesse período podem soar datadas para o leitor contemporâneo, mas se encaixam perfeitamente com o clima da Guerra Fria na época.
Os comunistas são retratados como traiçoeiros e maquiavélicos (até mesmo Nikita Kruschev, que liderou a União Soviética de 1953 a 1964, aparece, numa caracterização bastante parcial), enquanto os EUA são vistos como uma nação repleta de boas intenções e que visa proteger a humanidade da "tirania comunista".
O próprio Stan Lee admite na introdução do encadernado que, na época, tinha uma visão simplista do conflito. Mas é justamente por isso que as aventuras deste volume têm grande valor histórico, refletindo o pensamento ocidental pura e simplesmente maniqueísta de então.
Stan Lee realizou um belo trabalho nos argumentos, sendo auxiliado nos diálogos de algumas edições por seu irmão Larry Lieber e Robert Bernstein. A história da origem do Homem de Ferro é uma das mais emocionantes, em especial o confronto de Stark com Wong Chu.
Sobressai-se também a criativa aventura na qual o Homem de Ferro volta no tempo e conhece Cleópatra. Como fizera anteriormente com outras criações suas, o roteirista cria um interessante triângulo amoroso para o protagonista, dando-lhe também uma fraqueza - seu coração debilitado.
A galeria de vilões é bem arquitetada, com alguns inimigos que se tornariam clássicos, como Dínamo Escarlate, Derretedor e o ótimo Mandarim (que, mesmo sem ter ideologia política, representava a ameaça da China comunista).
Don Heck faz um belo trabalho nos desenhos, sobretudo na criação do visual original do herói, que passava uma forte impressão de força e poder. O traço do artista é competente, com bela diagramação e rostos bem definidos.
Jack Kirby também fez algumas histórias e várias capas, com o talento habitual. Steve Ditko completou o time de ilustradores e, se não possui um traço tão vistoso quanto os de Kirby ou Don Heck, compensa com um talento excepcional para a criação de figurinos fantásticos, como já fizera anteriormente, nas aventuras do Doutor Estranho e do Homem-Aranha.
É dele, por exemplo, a concepção de uma espécie de "embrião" da armadura vermelha e dourada, que evoluiria continuamente até se tornar o visual mais consagrado do Homem de Ferro.
A edição possui apenas um erro editorial, que é a colorização da armadura do Dínamo Escarlate: em alguns quadros ela é vermelha, e rosa em outros.
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