Esta sequência de histórias do Vingador Dourado segue a linha da paranoia anticomunista dos anos 1960, algo presente também no volume anterior. Desta vez, além dos já tradicionais vilões soviéticos, o Homem de Ferro combate guerrilheiros cubanos.

A grande atração deste álbum são as primeiras aparições de vários personagens clássicos criados por Stan Lee: Espantalho, Unicórnio, Fantasma, Viúva Negra e Gavião Arqueiro. A cada mês, surgia praticamente um vilão diferente, cheio de originalidade e carisma.

É admirável o talento de Lee para a criação, já que, naquela época, ele escrevia todas as revistas da Marvel praticamente sozinho, e mantendo um alto padrão de qualidade.

Todas as tramas são boas, especialmente a que traz o retorno do Capitão América (atendendo a diversos pedidos de fãs), cunhada com bastante engenhosidade pelo roteirista.

A última história, o embate do "novo" Homem de Ferro contra o "antigo" é de uma ingenuidade saborosa, difícil de se encontrar nos quadrinhos atuais.

Muito interessante também as primeiras aparições da Viúva Negra, retratada como uma autêntica femme fatale, e do Gavião Arqueiro, um personagem fascinante, que passaria de vilão a um dos principais integrantes dos Vingadores com o passar do tempo.

A origem do Mandarim possui uma leve semelhança com a gênese do Lanterna Verde Hal Jordan, e retrata bem como a sede de poder é capaz de enlouquecer uma pessoa.

Don Heck mantém a firmeza e a segurança de seu traço, criando figurinos sensacionais para os inimigos do herói. A maioria das (ótimas) capas ficaram a cargo de Jack Kirby. Há apenas um equívoco, com a máscara do Dínamo Escarlate aparecendo completamente diferente na capa do número # 52.

Contudo, o trabalho editorial deixou a desejar. Há uma série de erros de colorização (algo que deve ter ocorrido no original da Marvel). Por exemplo: na capa da edição # 52, o Dínamo Escarlate aparece com a armadura vermelha e, na HQ, está com a armadura cor de rosa (semelhante à falha ocorrida no primeiro volume 1).

E o traje do Gavião Arqueiro tem as cores trocadas constantemente, variando entre azul-marinho e roxo.

A equipe editorial brasileira também falhou na revisão, como na página 194, em que aparece um "instalão" em vez de "instalação". Há diversos erros ainda, que prejudicam a leitura e chegam a torná-la cansativa em alguns momentos.

Realmente, uma pena, pois um material tão nobre (e caro) merecia um acabamento melhor por parte da Marvel e também da Panini.