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Billie Holiday

27 outubro 2017

Billie HolidayEditora: Mino – Edição especial

Autores: Carlos Sampayo (roteiro) e José Muñoz (arte) – Originalmente em Billie Holiday (tradução de Maria Clara Carneiro).

Preço: R$ 69,90

Número de páginas: 80

Data de lançamento: Fevereiro de 2017

Sinopse

A história da carreira de Billie Holiday é contada por um jornalista que precisa escrever uma reportagem especial em homenagem aos 30 anos de morte da estrela (a HQ se passa em 1989 e ela morreu em 17 de julho de 1959).

Positivo/Negativo

Esta é uma HQ que faz o leitor se emocionar. O jornalista encarregado de escrever sobre a diva do jazz não sabia nada sabia dela. Inclusive, começa a fazer o trabalho com uma tremenda má vontade.

Só que, à medida em que vai descobrindo os fatos, eles vão sendo apresentados na narrativa cativante de Sampayo, e o leitor passa a acompanhar a difícil vida de uma das maiores cantoras que o mundo conheceu.

Interessante que os fatos apurados não caracterizam uma narrativa fluida nem linear. Ainda assim, é uma história forte e impregnante.

Eleanora Holiday teve uma vida de estupros – físicos e psicológicos. Uma pessoa com um dom além da realidade, abusada pela vida. A justiça não existia, inclusive os policiais eram fonte certa de violência.

Não há glamour. Porque ele não existe para uma artista mulher e negra. Mesmo que tivesse voz de deusa. Dessas que carregam a dor e a paixão. Dessas que te arrepiam completamente. Dessas que te fazem chorar. Não importa. Infelizmente.

É difícil não questionar como os homens que destruíram a vida de Billie Holiday conseguiam dormir à noite.

A arte de Muñoz tem um forte impacto visual. É estática, mas com uma boa narrativa, e acompanha o roteiro pontual, toda em claro e escuro. O uso do preto é algo inebriante, que dá tanto vigor quanto suavidade. A fotografia, o jogo de câmeras, o foco de cada cena, tudo é excelente.

A leitura do prefácio assinado pelo escritor, crítico literário e de jazz e desenhista francês Francis Marmande é essencial para a compreensão da obra, pois destrincha os fatos e prepara o tom.

A edição da Mino, em capa dura com cor extra, papel couché, folha de guarda dourada e galeria de extras, faz jus à grandeza da história. E a leitura fica ainda melhor se for feita ao som de Billie Holiday.

Classificação:

4,5

.

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