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BIRDS

1 dezembro 2011

BIRDS

Editora: Independente - Edição especial

Autor: Gustavo Duarte (texto e arte).

Preço: R$ 12,00

Número de páginas: 32

Data de lançamento: Agosto de 2011

 

Sinopse

Dois irmãos pássaros, donos do escritório de contabilidade Palhares & Palhares, chegam à empresa para mais um dia de trabalho. No entanto, uma visita inesperada vai fazê-los encarar o seu pior pesadelo.

Positivo/Negativo

Em 2009, quando lançou Có! (duas vezes premiada no HQ Mix), Gustavo Duarte surpreendeu os que não conheciam seu talento - demonstrado há anos no jornal Lance!, como chargista e caricaturista. E, desta vez, como quadrinhista!

No ano seguinte, repetiu a dose (inclusive no HQ Mix) com Taxi. Em comum, o fato de as duas histórias serem mudas e excelentes.

Por isso, quando Gustavo anunciou o lançamento de Birds, a expectativa dos leitores - e da imprensa que cobre a área de quadrinhos - só podia ser alta. E ela, definitivamente, não é frustrada.

O autor entrega o habitual: uma história divertida, sem nenhum balão de texto, recheada de nonsense, mesclando humor e terror e com desenhos absurdamente expressivos - a sensação é de que os personagens vão se mover nas páginas, tamanha a fluidez da arte.

O roteiro novamente traz um final inusitado e apresenta "homenagens" às HQs anteriores do autor - é bem divertido encontrá-las. A trama é muito bem construída e vai se desvendando para o leitor à medida que os irmãos Palhares têm de lidar com sua indesejável visitante.

O único senão fica para o desfecho do Palhares mais alto. Dá para dizer (sem correr o risco de entregar algo vital da história) que faltou à cena o mesmo detalhamento minucioso dado ao de seu irmão. Segundo o autor comentou com este resenhista, foi uma decisão pensada, mas a impressão é de que ficou faltando algo.

Até porque, vale notar o ponto em que o destino se "infiltra" nas costas do grandão e a parte do corpo que ele encosta na bancada. As posições não batem.

Nada que tire o brilho de Birds, mas, como o nível dos trabalhos de Gustavo Duarte tem crescido tanto, é natural que o leitor fique "mal acostumado" e mais exigente.

Como fez nos dois últimos anos, o autor foi à San Diego Comic-Con, onde vendeu cerca de 300 exemplares. Dessa forma, ele tem se apresentado ao mercado norte-americano de forma gradual, sempre impressionando os editores de lá.

Por isso, não estranhe se, daqui a algum tempo, Gustavo Duarte for mais um brasileiro brilhando nas terras de Tio Sam. Pode ser nas asas de dois Birds, ao som de um Có! ou, quem sabe, de Taxi.

Classificação:

4,0

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