Blade – A lâmina do imortal # 3
Editora: JBC – Série bimestral em 15 volumes
Autor: Hiroaki Samura (roteiro e desenhos) – Originalmente publicado em Mugen no Juunin # 5 e # 6 (tradução de Thiago Nojiri).
Preço: R$ 39,90
Número de páginas: 464
Data de lançamento: Abril de 2016
Sinopse
Enquanto esperavam pelo dia em que Anotsu Kagehisa partiria de Edo, Manji e Rin recebem uma visita, no mínimo, suspeita. O homem se identifica como Shira e diz que faz parte de um estilo criado recentemente, de pessoas que também buscam matar Anotsu.
Já sabendo das intenções de Rin e Manji, o sujeito propõe uma aliança e convida os dois para onde estão os outros companheiros, mas Manji se mostra totalmente contra. Como Rin reagirá à proposta? Quais são as cartas que essa nova força esconde nas mangas?
Positivo/Negativo
O plot deixado em suspense no final do volume anterior é rapidamente fechado com uma amostra de como o protagonista é benevolente quando coloca o próprio pescoço imortal à mercê de uma vingança aplacada, junto com o fim da inocência de um garoto.
Hiroaki Samura volta para a estrada principal e coloca mais dúbios (outros nem tanto) personagens no caminho de Manji e Rin. De armadilha em armadilha armada para membros do clã Ittou-Ryu, cada um é apresentado enquanto paralelamente ocorrem "manobras políticas" feitas pelo inimigo, a Ittou-Ryu, que continua destruindo todos as escolas de artes marciais para unificar um único estilo no Japão.
Isso porque Blade não é apenas um mangá de ação, com sequências de traições, manipulações e festivais de membros decepados voando pelas páginas. Mesmo sendo escapista e fantasiosa, como o autor nunca deixou de afirmar, a obra também traça um ensaio panorâmico do que viria a ser o xogunato Tokugawa, com a paz do período Edo (1603-1868) que teve como consequência a decadência da arte da espada.
Com um desconfiado Manji ouvindo a proposta do recém-criado e seleto grupo de renegados chamados de Mugai-Ryu, o leitor também é desnorteado com poucas respostas sobre o misterioso grupo.
Além de Shira, sanguinário personagem que não vai na contramão dos outros que aparecem nas páginas da série, o destaque é a loira e astuta Hyakurin, que se mostra ser uma pessoa independente e decidida. Um bom momento é o diálogo entre ela e a frágil Rin, em que a bandoleira oferece um conselho para que a jovem se torne também uma mulher forte.
Com doses de humor e reflexões, como a discussão de pontos de vista bem diferentes sobre vingança, Samura vai criando tensão em cima de uma manobra de espionagem que descobre como o líder da Ittou-Ryu, Anotsu Kagehisa, aproveita-se da sua androginia para passar ileso numa viagem à capital nipônica.
Aproveitando bem sua bela arte, que mistura nanquim com desenhos mais rebuscados finalizados apenas a lápis (repare como o autor valoriza a arquitetura e a composição de algumas sequências abertas), o suspense sobre as habilidades de novos personagens é equilibrado tanto quanto a maldade e violência perante o oponente superado.
A crueldade – tanto a física quanto a psicológica – também resulta numa nova ponderação sobre como se tornar mais forte, um tema constante tocado no volume. Para "quebrar o clima", Hiroaki Samura mostra uma bem-humorada historinha como extra.
Lembrando que as edições da editora JBC tem o dobro de páginas do original japonês (o equivalente a quatro HQs da Conrad, quando o título saiu da primeira vez, incompleto), o formato “Big” (13,5 x 20,5 cm), capa cartonada sem orelhas e papel offset com boa gramatura e impressão.
Classificação
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