BONE # 10 – A PRINCESA REVELADA
Título: BONE # 10 - A PRINCESA REVELADA (Via
Lettera)
Autor: Jeff Smith (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 29,90
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Janeiro de 2007
Sinopse: Smiley e Fone Bone continuam em sua jornada para entregar o filhote de criatura ratazana Bartleby ao seu povo. Em seu caminho novamente encontrarão o senhor da fronteira oriental, Roy Jean.
Positivo/Negativo: Depois de uma longa ausência (o volume 9 foi
lançado em 2004), Bone voltou às livrarias brasileiras. Na época
da publicação deste número 10, havia a possibilidade de a Devir
lançar a série em cores. Por isso, a Via Lettera "se mexeu"
e logo colocou no mercado também o volume
11.
Mas devido a alguns problemas contratuais, a Devir não pôde lançar a nova edição e Bone voltou à sua (falta de) periodicidade tradicional.
Uma pena, pois esses longos hiatos entre os volumes fazem o leitor perder um pouco o ritmo dessa série sensacional.
Nesta edição, os primos Bone se encontram novamente com o leão Roy Jean, ou Rojão como preferem falar. Jeff Smith conduz um genial diálogo entre os personagens sobre o bem, o mal e o poder.
Rojão, como Nietzsche, argumenta que não há bem nem mal, apenas o poder. A motivação dos "vilões" da história é o poder, assim como a de Rojão ou mesmo dos heróis. O leão da montanha diz que o bem e o mal estão nos olhos de quem os vê.
A conversa simboliza muito da história de Bone. Apesar de haver uma guerra em andamento, não há vilões ou heróis claramente definidos. A maioria dos personagens é como Roy Jean e o Dragão: ambígua e age de acordo com suas próprias motivações.
Neste volume, até a Vovó Ben é alvo da desconfiança tanto de Espinho como do leitor.
Um detalhe interessante: é impossível não comparar o diálogo acima citado com um semelhante que acontece no best-seller Harry Potter e a Pedra Filosofal. A diferença é que no livro do jovem bruxo o lado do "mal" é que deseja o poder, caindo num maniqueísmo fácil. Em Bone as coisas não são tão simples.
Nos desenhos, Jeff Smith dá uma aula. Ele domina como poucos a arte em preto-e-branco. Apesar de seu traço caricato é impossível não se sentir tenso com a narrativa e o jogo de claro e escuro. Talvez em cores o gibi não tivesse o mesmo impacto.
Classificação: